Faculdade Ielusc realiza debate sobre os Direitos Humanos, mídia e ética
Na segunda-feira, estudantes da Faculdade Ielusc e pessoas da comunidade participaram do debate “Direitos Humanos, Mídia e Ética”, em comemoração aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz respeito à preservação da integridade humana e das liberdades, garantindo direitos como saúde, educação e moradia. Os debatedores foram os professores Samuel Pantoja Lima (UFSC) e Leandro Hofstatter (Ielusc).
No início do debate, Samuel Lima sugeriu a leitura de um texto sobre o confronto entre o conhecimento e o credo. Em seguida, abordou o que chamou de ativismo nas redes sociais. “Os eventos mais recentes, dos últimos dois anos, a partir das eleições dos Estados Unidos, usaram as chamadas redes sociais como um espaço de ativismo; os setores de extrema direita parece que agora descobriram e começaram a copiar um modo de mobilização usando esses espaços”, observou. Segundo ele, as informações falsas são produzidas em escala industrial, pois atingem milhões de pessoas que são influenciadas em decisões importantes e disputadas, como as eleições dos Estados Unidos, em 2016, e a decisão do plebiscito que tirou o Reino Unido da União Europeia.
Outro fenômeno citado por Samuel a são as bocas de urna montadas através do WhatsApp. “Santa Catarina é um caso à parte , não só pelo inusitado resultado das eleições estaduais, mas por toda uma identificação dos meus colegas de profissão, que atuam na área de cobertura política e de investigação, de disparos no WhatsApp 72 horas antes das eleições do primeiro turno”, explica. Para Samuel, parte da população votou sem nem ao menos conhecer os candidatos, pois houve candidatos a deputado eleitos com votação em 290 municípios. Outro exemplo dado pelo professor foi a campanha do presidente Donald Trump que passou a se comunicar através do Twitter, abandonando a mediação das empresas de comunicação. A cada 10 tweets publicados, sete eram mentira.
O professor e advogado Leandro Hofstatter provociu reflexões sobre a ética. “Nós precisamos de acordos mínimos entre as sociedades, porém nós não conseguimos esses acordos. Precisamos também repensar a democracia, a forma como elegemos, não podemos ficar de braços cruzados por quatro anos”, afirmou. Segundo o professor, um exemplo que mostra como a sociedade joga a ética em baixo do tapete é Joinville, cidade que mais tem crimes contra a mulher no estado, porém são poucos os que sabem isso, porque ninguém quer destruir a imagem ordeira da cidade.
Ao final do debate, o professor Sandro Galarça lançou seu livro, “O Discurso da Delinquência”, resultado de sua tese de doutorado em Literatura. A obra analisa como se constitui o sujeito que emerge desse discurso em “A Sangue Frio”, de Truman Capote. Lançado pela editora Appris, de Curitiba, o livro está sendo comercializado a 40 reais.