Ailton Krenak é presença confirmada na 19ª feira do livro de Joinville
A Feira do Livro confirmou a presença de Ailton Krenak, ativista, filósofo e líder indigena. Sua presença está agendada para o dia 06 de junho, com três palestras sobre seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo” e, junto com elas, acontecerão sessões de autógrafo com o autor. Krenak é um grande nome no meio das lutas dos movimentos pró-direitos indígenas e socioambientais, escreveu livros sobre a base de seus pensamentos e suas críticas ao sistema capitalista da sociedade atual.
Ailton Alves Lacerda Krenak, ou conhecido apenas por Ailton Krenak, teve sua origem na Terra Indígena Krenak, no vale do rio Doce, em Minas Gerais. Com 17 anos se mudou junto com sua família para o Paraná, onde se alfabetizou e teve contato com a produção gráfica e o jornalismo. Nos anos 80 fundou a ONG Núcleo de Cultura Indígena. Em 1987, pintou seu rosto com tinta preta do jenipapo, durante seu discurso na Assembléia Constituinte, onde protestou contra o retrocesso à luta dos direitos indígenas.
Sendo assim, ao longo da sua carreira, Krenak fez críticas ao sistema capitalista e ao eurocentrismo, principalmente atuando contra o colonialismo. Ao participar do documentário “Guerras do Brasil.doc”, disponível na Netflix, o autor fez uma recuperação histórica e uma importante reflexão sobre as invasões europeias no Brasil.
Bárbara da Silva de Jesus, jornalista, antropóloga e professora, falou sobre a importância da presença de Ailton Krenak na 9ª Feira do Livro de Joinville. Ela ressaltou sobre a dificuldade da representatividade indígina em nossa região e o quanto essa participação é relevante. “A representatividade indígena em Joinville está muito reprimida, historicamente, apesar de ter os povos indígenas desde de sempre na nossa região, é descontada na nossa educação”, destacou Bárbara sobre o assunto.
Essa realidade resultou na cultivação das culturas germânicas dos imigrantes, que resulta no branqueamento cultural. “A colonização foi uma forma de miscigenação, que provoca esse apagamento dessa diversidade cultural e o que aconteceu no Brasil foi o branqueamento.”, afirma a jornalista. Isso, consequentemente, prejudica esse conhecimento histórico de Joinville. Isso faz com que essa parte da história dos povos originários da cidade seja invisível aos olhos de muita gente. Assim, a vinda de Krenak para Joinville, pode possibilitar a abertura de portas para a percepção regional para os povos indígenas.
Na obra “Ideias para adiar o fim do mundo”, lançada em 2019, Krenak crítica nosso modelo econômico e a nossa forma de viver. Também fala das consequências do capitalismo, que vem transformando a nossa vida em uma forma normal de se viver, já contrariando o modo dos indígena de viver, é um modo controverso, diferente e não aceitável para a sociedade.