Museu da Imigração: conheça o casarão mais famoso da cidade
Luana Maia
Setembro em Joinville; arte e criatividade marcam o mês na cidade das flores com eventos culturais.
História, diversidade e conhecimento. Essas são algumas coisas que compõem o Museu da Imigração, localizado na maior cidade de Santa Catarina. Durante a estação mais florida do ano, acontece, de 23 a 29 de setembro, a “Primavera dos Museus”, um evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). A temática deste ano será “museus, acessibilidade e inclusão” e vai contar com uma semana de programação especial.
Além disso, o casarão traz exposições de longa duração que abordam a colonização dos diferentes povos, seus costumes e nacionalidades. Com um acervo original do século XIX e materiais interativos, o museu oferece cinco espaços a serem explorados pelos visitantes e moradores da região, realizando uma verdadeira viagem no tempo.
O historiador do Museu da Imigração, Cristiano Viana Abrantes, relatou que entre as exposições destaca-se a “Miradas do Porvir” e “Saberes e Fazeres”. Ambas abordam aspectos da colonização e oferecem bastante interatividade. Também existe na casa enxaimel outra exposição, com decoração típica da virada do século XIX para o século XX, época da construção da casa. A edificação é um exemplar característico das colônias germânicas e também aborda o tema imigração.
Mês da cultura
O projeto “Primavera dos Museus” marca o mês de setembro todos os anos no Museu da Imigração. É uma ação que visa mobilizar os museus brasileiros a elaborarem programações especiais voltadas para um mesmo tema, o qual é escolhido pelo próprio Ibram. Com duração de uma semana, o evento vai abordar temas importantes para a sociedade, e, neste ano, terá destaque a acessibilidade e inclusão.
Essa iniciativa cultural tem como alguns de seus objetivos intensificar a relação dos museus com a sociedade e valorizar mais esses espaços, ricos em conhecimento. Cristiano relata que “existe uma projeção de se trazer algumas instituições vinculadas aos deficientes, para se fazer, ou uma conversa, ou ações relacionadas à acessibilidade”.
Cristiano declarou ainda que na abertura do evento, dia 23 de setembro, ocorrerá o lançamento do livro “O povoado”, escrito pelo professor Waldir José Rampinelli, que na ocasião fará uma palestra sobre o tema do livro, trazendo os inúmeros conflitos e sociabilidades que envolvem a Imigração.
A história do Museu da Imigração
Sendo aberto oficialmente em 1961, o museu integra três andares com um rico acervo e muita informação histórica. Há espaços interativos abrigados nos diferentes ambientes da casa, demonstrando a diversidade local, o perfil dos imigrantes e a origem de cada povo, evidenciado as exposições de longa duração como a A Miradas do Porvir, Casa Enxaimel, O Bosque, Espaço Expositivo Saberes e Fazeres e o Auditório Dona Francisca.
O acervo existente no museu, em sua maioria foi doado pelos primeiros moradores da cidade e região. “Até se optou em retirar parte dos móveis, porque não é um museu-casa. O objetivo dos itens existentes na casa é reconhecer a importância dela e do seu passado”, disse o coordenador do Arquivo Histórico de Joinville, Dilney Cunha.
O propósito do museu para a cidade é mostrar a grande diversidade existente na localidade, além de aprofundar sobre os povos migratórios que vieram para o Sul, principalmente Joinville. “É um espaço privilegiado que demonstra, como é diversa a nossa sociedade, tanto a local como a brasileira”, afirmou Dilney.
A história dessas pessoas e suas origens mostram uma grande riqueza histórica. “O Museu Nacional da Imigração e Colonização é um espaço riquíssimo em história e memória, tanto enquanto casarão construído lá no século XIX e como museu a partir de 1961. Como museu ele vai trazer essas memórias e histórias das correntes imigratórias no Sul do Brasil, foi para isso que ele foi criado”, finaliza Dilney.