Além da tristeza: entenda a depressão

A depressão é um dos principais problemas de saúde mental no Brasil, com dados alarmantes que refletem alta prevalência e impacto social

Por Edilson Alves

  De acordo com a Organização Mundial da Saúde OMS, 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o que equivale a cerca de 11,7 milhões de pessoas, tornando o Brasil o país com a maior prevalência de depressão na América Latina. A depressão é um dos principais problemas de saúde mental no Brasil, com dados alarmantes que refletem sua alta prevalência e impacto social.

  Mariana Datria Schulze, psicóloga e professora universitária com foco em temas como psicologia educacional, inclusão social e saúde mental, explica que a depressão é um quadro de doença emocional, vinculado a um tipo de sofrimento específico do indivíduo. “O processo de adoecimento de alguém com depressão, pode acontecer através de algo pontual, ou através de uma série de fatores ao longo da vida, isso é algo particular de cada um”, comenta Mariana. 

  Mariana explica também que no período da pandemia de Covid-19, houve um aumento significativo da demanda de pessoas que procuraram o Sistema Único de Saúde, em busca de tratamento psicológico.

  A depressão, diferente de doenças como a Diabetes ou do infarto, por exemplo, é uma doença invisível, isso faz com que infelizmente muitas pessoas ainda não acreditem na gravidade da doença. “A depressão não é simplesmente falta de vontade ou só um momento difícil na vida, ela é um quadro de doença e de sofrimento específico preocupante, que precisa ser tratado.”

  O fato da sociedade muitas vezes desacreditar da depressão faz com que pessoas que sofrem com ela não expressem seus sentimentos, tendo que carregar uma pesada carga emocional sozinhas, agravando seu estado emocional a tal ponto de chegarem ao extremo, mas então: o que fazer? 

  Primeiramente, procurar um profissional da área, um psicólogo que irá orientar da melhor maneira possível, ou um psiquiatra que, diferente do psicólogo, é habilitado a receitar tratamento à base de medicamentos. Hábitos saudáveis como uma boa alimentação, prática de exercícios físicos, um sono adequado e evitar o consumo em excesso de álcool e substâncias lícitas também ajudam muito. Cultivar bons relacionamentos sociais também é indicado. E aquelas pessoas que precisam conversar com alguém que não seja de ciclo familiar ou de amigos, pode procurar o CVV Centro de Valorização da Vida, através do telefone 188 e no site https://cvv.org.br/. O CVV é uma associação sem fins lucrativos que oferece apoio emocional de forma gratuita e sigilosa, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sendo um espaço seguro e acolhedor para as pessoas expressarem seus sentimentos e dificuldades, sem julgamentos ou preconceitos.

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