Estudantes se mobilizam hoje contra o corte de verbas na educação
Após o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciar corte de verbas para as universidades que não apresentassem um desempenho acadêmico esperado e promovessem a “balbúrdia”, o MEC (Ministério da Educação) confirmou o contingenciamento de 25% dos repasses de recursos federais para todos os institutos e universidades públicas. Esses pronunciamentos fizeram com que entidades ligadas à educação pública e privada convocassem para esta quarta-feira, 15 de maio, uma greve nacional da educação.
Em Joinville, além das paralisações, os movimentos estudantis mobilizam há algumas semanas os acadêmicos para a realização de um ato na Praça da Bandeira, às 15 horas, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Santa Catarina (Sinte). Também está programado um ato para a noite, a partir das 19 horas, em frente às universidades Udesc e Univille. “Conseguimos conversar com muitos estudantes e criar uma boa rede de contatos, que veio se consolidando desde os atos do ‘Ele Não’ que realizamos no ano passado, antes da eleição”, conta Nathália Kons, 20 anos. A estudante faz parte do Centro Acadêmico de Biologia da Univille e da organização estudantil Liberdade e Luta.
“Recomenda-se que o estudante se junte às atividades e lutas em vez de estar em sala. A questão principal é que ou o estudante para no dia 15 ou para daqui a alguns meses”, afirma Guilherme Luiz Weiler, 21 anos, ex-coordenador do Diretório Acadêmico Nove de Março (DANMA), da UDESC. Conforme Weiler, o momento é crítico, mas ver os estudantes se mobilizando “para combater retrocessos” é esperançoso, mesmo que seja pelo interesse específico de não ficar sem Universidade.
“É um fenômeno que pode ser a faísca de uma chama maior ainda. Estamos vendo que o governo do estado e do país não nos representa”, opina Weiler.
Motivações
Projeto de Lei encaminhado pelo Governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), propõe modificar a forma de cálculo de verbas para a Udesc, que é financiada a partir de um percentual da receita líquida corrente. A redução no índice, de 2,49% para 2,24%, deve diminuir em aproximadamente R$ 45 milhões de reais os recursos para a universidade. “ Temos aí uma ameaça a alguns estudantes que hoje dependem da permanência das bolsas para conseguirem se manter na Universidade. Na prática, esse corte atinge em cheio os menos favorecidos”, critica Guilherme Weiler.
A Univille, apesar de ser uma instituição privada, recebe bolsas e incentivos públicos. Segundo Nathália Kons, as agências de fomento estudantil e de pesquisa científica, graduação e até os programas de doutorado da instituição serão afetados pelos cortes do governo. “A luta da atual direção do CABio, é a luta dos Estudantes Pela Ciência, por uma Educação Pública, gratuita e para todos, pelo fim do vestibular, ou seja, o direito universal à educação” explica. No dia 8 de maio, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) decidiu suspender a concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com Weiler, a maioria dos estudantes da Univille, Udesc, UFSC e Institutos Federais de Joinville e Araquari estarão na Praça da Bandeira. “Vamos esperá-los também na frente do Campus Universitário para que a classe estudantil cante, de forma uníssona, que o movimento estudantil está unido e consciente e que a nossa juventude não aceitará de forma passiva a redução ou o corte de nossos direitos”, informa.
Na Faculdade Ielusc, um grupo de acadêmicos também se reuniu, durante a semana, para articular uma representação em apoio à manifestação.
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“NÃO” ao corte de verbas na educação. Minha filha é universitária e muito responsável na profissão que escolheu seguir, assim como a maioria dos jovens estudantes deste país, são verdadeiros guerreiros da nossa nação. Força juventude!