Saúde da mulher negra foi tema de palestra na Feira do Livro
Palestras, debates, painéis também integram a programação da Feira do Livro de Joinville, que se estende até o dia 16, no Centreventos Cau Hansen. Na tarde de hoje, a professora de Enfermagem da Faculdade Ielusc, Vanessa Cardoso Pacheco, abordou o tema “A saúde da mulher negra: desafios e possibilidades”. Ela destacou a importância do recorte de dados nas pesquisas.
Conforme a palestrante, o Atlas da Violência de 2018 mostra a prevalência bem maior da população negra, mesmo em indicadores que tiveram alguma redução na população em geral. “Quando fazemos um recorte por raça e cor, percebemos que na população negra os índices aumentaram”, informa. Como exemplo, Vanessa cita a taxa de homicídios que teve uma queda de 8% entre as mulheres não negras (de 2006 a 2016), mas um aumento de 15,4% entre as mulheres negras no mesmo período.
Vanessa também falou sobre doenças que prevalecem entre a população negra e a importância de que essas informações cheguem aos profissionais da saúde para um atendimento adequado. A hipertensão em gestantes, por exemplo. é mais frequente entre as mulheres negras. O fator social também é um agravante para a saúde da população negra. “As condições sociais impactam muito mais do que as condições genéticas”, afirma. Vanessa apresentou uma pesquisa da OMS (Organização Mundial da Saúde) que engloba três grandes grupos de carga de doenças. Essa pesquisa mostra que a maior causa de morte na população negra são as externas, ou seja, a violência, enquanto na população indígena são as doenças transmissíveis e na população branca doenças não transmissíveis.
Oportunidade para ouvir escritores
A Feira do Livro é aberta ao público e tem atrativos para todas as idades. Desde o início da feira, no dia 7, vários escritores já passaram pelo Centreventos. Na sexta-feira, Thalita Rebouças, que faz sucesso entre os adolescentes e jovens, palestrou e deu autógrafos. Ela afirmou que escreve o que queria ler quando tinha 14 anos. “Eu não fico preocupada pensando em me atualizar, porque os conflitos são os mesmos, o adolescente continua o mesmo, o que mudou de hoje para quando eu era adolescente é só o mundo na palma da mão. Fora isso, não precisa se atualizar, o adolescente sofre com espinhas, com crush, o que muda é a nomenclatura”, avalia.
No domingo, quem esteve na feira foi Lázaro Ramos, além do português Nuno Costa Santos. Amanhã, Marina Colassanti palestra às 10h, no palco principal, sobre o tema “A fantasia que existe em todos nós”, depois participa de sessão de autógrafos, às 11 horas. Você confere a programação completa aqui.