TCC aborda o protagonismo da mulher no jornalismo brasileiro
Sabrina Santos de Oliveira apresentou sua monografia, “A mulher protagonista no jornalismo brasileiro”, que analisou a presença feminina no Prêmio Esso de Jornalismo, ou seja, a frequência com que mulheres foram indicadas ou premiadas.
Para fazer sua pesquisa, Sabrina usou uma abordagem quantitativa e levantamento de dados. Já no começo da pesquisa, a aluna encontrou dificuldades, pois o site que continha os dados das premiações, que ocorreram durante 60 anos, não existia mais. Uma das fontes mais importantes para a pesquisa foi o livro Uma História escrita por Vencedores: 50 anos de Prêmio Esso. Os resultados dos anos seguintes à publicação do livro foram obtidos por meio de outras fontes.
O Prêmio Esso foi criado em 1955. Durante os primeiros 30 anos, apenas duas mulheres conseguiram ser premiadas. A partir da década de 90, a participação da mulher começa a ter uma presença mais expressiva. No total, 21 mulheres receberam a premiação e 84 homens, na categoria principal, considerando que alguém pode ser premiado por fazer parte de uma equipe, não apenas individualmente.
Sabrina levantou a hipótese de que a diferença pudesse estar relacionada ao número de mulheres menor do que o número de homens dentro do jornalismo. Para conferir, a estudante fez uma pesquisa histórica sobre o número de formandos dos cursos da área. O primeiro curso no Brasil foi criado em 1947 e, na primeira turma, em 1950, a porcentagem de mulheres era de 24%. Em 1987,entre os formandos dos cursos de Jornalismo, 60% eram mulheres. Dados mais atuais de uma pesquisa de 2013 da Federação Nacional de Jornalistas, apontaram que 64% dos profissionais da área são mulheres.
A aluna também entrevistou Katia Brembatti, jornalista da Gazeta do Povo e vencedora do Prêmio Esso por Diários Secretos. “Sempre reagi a piadinhas e cantadas desde cedo, sim, passei por várias situações. Quando eu fiz a reportagem dos Diários Secretos, pessoas me perguntavam: ‘como ficam os seus filhos? E o seu marido, não se importa de ficar tanto tempo fora de casa?’. Eu trabalhava com três homens e ninguém perguntava isso para eles”, contou Brembatti. ‘Tinha uma época que isso me abalava bastante, eu chegava a ficar me questionando sobre isso”.
A conclusão da aluna é de que existe uma baixa participação da mulher no Prêmio Esso de Jornalismo na categoria principal e de que esse problema não está relacionado a um baixo número de mulheres na área, mas sim ao fato de elas precisarem lutar mais com determinadas questões que os homens para conseguirem se encaixar no mesmo espaço.
A monografia de Sabrina foi aprovado com a nota 9. Ela foi orientada pelo professor Sandro Galarça e as professoras Valdete Daufemback e Lívia Vieira foram as avaliadoras.