Jornalismo da Faculdade Ielusc presente no Intercom
Por Jessica Bett
A 43ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2020, iniciou na terça-feira e segue até o dia 10 de dezembro. Neste ano, o evento é organizado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e tem como tema central “Um mundo e muitas vozes: da utopia à distopia?”. A intenção é relembrar o Relatório MacBride. Estudantes, professores e egressos do curso de Jornalismo da Faculdade Ielusc apresentam trabalhos no evento.
Pela primeira vez na história o Intercom é realizado em formato virtual em decorrência da pandemia e as medidas de enfrentamento à COVID-19. Até então, todas as edições do evento foram presenciais. A organização decidiu manter o congresso em formato on-line e assim continuar com a contribuição do Intercom para as Ciências Sociais Aplicadas.
As estudantes da 6ª fase de Jornalismo, Heloisa Krzeminski e Jéssica Horr, apresentam o trabalho intitulado: “Internetês jornalístico: como o portal UOL utiliza as redes sociais para se conectar com o público”. O artigo foi produzido para a disciplina de Teoria e Método da Pesquisa, com orientação professora Maria Elisa Máximo.
O trabalho analisa como o UOL utiliza as redes sociais. “A gente sempre ouviu falar do Intercom e de outros congressos e tanto eu quanto a Heloísa sempre tivemos vontade de participar. Gostamos do resultado do artigo, então nos inscrevemos no Intercom Júnior”, conta Jéssica Horr.
Heloisa Krzeminski relata que apresentar o trabalho on-line exige alguns preparativos diferentes. É preciso checar a internet e o computador para evita imprevistos. Mas a estudante reconhece que apresentar o trabalho em sua residência possui algumas vantagens. “É um espaço ao qual já estou habituada e isso me deixa um pouco mais tranquila. Claro que se fosse presencialmente seria ótimo também, uma experiência única na vida acadêmica, mas o on-line é o que temos, então tudo bem”.
Egressos também participam
O jornalista André Carlos de Lima, formado pela Faculdade Ielusc, apresenta o trabalho “Orientação Retrato no Instagram: as redes sociais e a revolução no consumo do audiovisual”. Ele destaca que é difícil encontrar assuntos semelhantes na internet e participar do congresso faz com que o artigo fique disponível para que mais pessoas possam acessar.
O egresso lamenta não poder apresentar presencialmente e acredita que a experiência seria diferente se fosse in loco. “Eu gostaria de viajar à Bahia e conhecer de perto outras pessoas envolvidas com o audiovisual, o que seria ótimo pro networking e para uma troca de experiências mais completa”.
Outra egressa da Faculdade Ielusc que participa do Intercom é Marília Comelli de Oliveira. Seu artigo, “A arquitetura da mentira: análise semântica de fake news nas eleições 2018″, tem orientação da professora Marília Crispi de Moraes.
Ela conta que, quando inscreveu o trabalho não tinha muita expectativa sobre o resultado, pois sabia que a concorrência seria muito grande, já que a edição é on-line. “Fiquei muito feliz ao receber o e-mail de aceite”, conta.
Os artigos apresentados no Intercom Júnior são avaliados por uma comissão e o melhor artigo é publicado no e-book do congresso do ano seguinte. A programação completa está disponível no site do evento.
Professores expõem pesquisas
Além dos estudantes e egressos, alguns professores da Faculdade Ielusc apresentam resultados de suas pesquisas. O professor de Radiojornalismo Matheus Simões Mello apresenta um resumo de sua tese de doutorado intitulada: Complexidades Identitárias em Santa Catarina: Apontamentos Sobre Narrativas de Rivalidade Entre os ‘Cinco Grandes’ do Futebol Catarinense (2009-2018).
O professor Matheus ressalta a importância de congressos e iniciativas que incentivem a pesquisa científica. “É a oportunidade de encontrar e debater suas pesquisas com investigadores de várias partes do Brasil”, afirma.
Matheus já tem experiência em congressos e reconhece que se apresentação fosse presencial seria diferente. “Na verdade, o on-line compromete coisas sutis, como comentários em separado durante os intervalos, nos cafés, nas confraternizações após as mesas. Eu, por exemplo, participo do mesmo Grupo de Pesquisa desde 2014. Ou seja, criei um vínculo com os pesquisadores do meu GP. Essas vantagens do congresso presencial certamente farão falta”, lamenta o professor.
Outras duas professoras do curso de Jornalismo participam do Intercom expondo suas pesquisas. Maiara Maduro apresenta: “O Jornalismo como ferramenta de Comunicação Pública: uma análise da cobertura noticiosa sobre a Covid19 nos portais dos estados do Sul do Brasil”.
A professora Kérley Winques coordena a mesa “Jornalismo e cultura digital: veículos jornalísticos em meio ao ciberativismo” no Intercom Júnior e apresenta o trabalho “Reconfigurações da Espiral do Silêncio a partir da noção de Mediações Algorítmicas” no GP de teorias do Jornalismo. O calendário completo de apresentações está disponível no site do Intercom 2020.
Relatório MacBride
Em 1977, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Amadou-Mahtar M’Bow, criou a Comissão Internacional para Estudo dos Problemas da Comunicação.
Participaram do comitê grandes pensadores como o escritor Gabriel García-Márquez, o diplomata chileno Juan Somavía, o francês Hubert Beuve-Méry (fundador do jornal Le Monde), Marshall McLuhan e foi presidida pelo irlandês e Nobel da Paz Seán MacBride.
Após três anos de estudos, um relatório foi finalizado e a Comissão concluiu que existia um grande desequilíbrio na comunicação e isso dificultava a concretização da liberdade da informação. O documento final dessa reunião é conhecido hoje como Relatório de MacBride.