Slam, luta, igualdade e poesia preenchem a noite do Ielusc
Por Henrique Duarte
Luta, igualdade, racismo e resistência: foram as palavras chave do primeiro slam de poesia 2021, que ocorreu presencialmente na Faculdade Ielusc na última segunda-feira (30). Alunos da segunda fase de Publicidade e Propaganda junto a membros do Slam Joinville, realizaram diversas apresentações de poesia falada.
Com raízes semelhantes ao Hip Hop, o slam de poesia tem como sua maior característica, versos de luta e resistência. Teve origem na década de 70 em Chicago, Estados Unidos, mas sua chegada ao Brasil se deu em 2008 pela atriz Roberta Estrela D’Alva, através da Zona Autônoma da Palavra (ZAP), em São Paulo.
O Slam Joinville foi organizado por três integrantes: Zalu Amorim, Kauan Amorim e Carol Sarda. O grupo começou as atividades em 2019 nas ruas de Joinville. Acreditando em pilares da poesia, performance, interação, competição e comunidade, o Slam Joinville traz a percepção do debate para causas sociais, além de declamar poesias não elitizadas. ‘’Toda batalha de slam é evidenciado por esse saber, de que a poesia pode ser acessível, sobre pessoas comuns. Por isso o slam é tão importante socialmente, porque costuma fazer um imenso resgate de crianças, jovens, adultos e idosos.’’ diz Zalu.
Geralmente, os slams de poesia são movimentos que acontecem na rua, mas sempre que há oportunidades, as batalhas podem acontecer em outros lugares como teatros e universidades — em São Paulo, existe o Slam Interescolar que reúne alunos das escolas de todo o estado. E quando o slam entra em ambientes escolares, é mais uma forma de expor em versos, a realidade do que está acontecendo nos movimentos de rua, quebrando barreiras sociais.
João Redmann, 19 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, participou de seu primeiro slam de poesia. Apesar de já conhecer essa forma de expressão e demonstrar interesse em declarar poesias faladas. ‘’Foi libertador colocar certos sentimentos para fora em forma de poesia, e que em outras ocasiões, não falaria’’ diz o estudante. Ele ressalta o debate onde sua poesia fala sobre: trabalho, racismo e direitos humanos. Suas referências que inspiram na hora de fazer poesia, vem de artistas underground da cena Hip Hop no Brasil, como Don L e Makalister.
Isabela Peixer, 20 anos, estudante de Jornalismo, é veterana no movimento Slam Joinville, mas foi a primeira vez que recitou sua poesia em público depois do recesso por conta da pandemia de covid-19. Sua poesia apresenta a luta contra o machismo impregnado na sociedade e destaca pontuais críticas ao atual governo. A estudante afirma que está feliz em ver o programa na ativa e participar do slam depois de tanto tempo foi gratificante — feliz de ver pessoas como o Zalu Amorim à frente do projeto, que apesar das dificuldades da pandemia, não deixou esse movimento cultural morrer — disse.
Segundo Zalu, o slam de poesia — é a forma mais direta de tocar um jovem que muitas vezes é mais um personagem da rua que acaba sendo esquecido por ela mesmo, é uma forma de muita gente que nunca foi ouvido, ganhar voz.