Nostalgia e efeitos visuais são ponto forte de Animais Fantásticos: os segredos de Dumbledore
Por Amanda Santos
Não há nada mais nostálgico para quem aprecia a saga Harry Potter do que assistir a um filme que o leve de volta para o universo bruxo. Apesar de possuir uma trama e cenários diferentes, “Animais fantásticos: os segredos de Dumbledore” também narra o conflito entre o bem e o mal, além de trazer algumas referências da série original.
Estreado em abril de 2022, o terceiro filme da franquia derivada de Harry Potter tem como roteirista a própria criadora do mundo da magia, J.K. Rowling em colaboração com Steve Kloves. A direção do filme também ficou nas mãos de um veterano do universo bruxo, pois além de Animais Fantásticos, David Yates também dirigiu os quatro últimos filmes de Harry Potter.
Mesmo tendo a própria criadora do universo como roteirista, o filme tem algumas partes monótonas e outras um tanto aleatórias em seus 142 minutos de duração. Porém, ver a relação e o conflito entre Albus Dumbledore, interpretado por Jude Law e Grindelwald, desempenhado por Mads Mikkelsen se desenvolver faz o filme valer a pena. Uma vez que enquanto a história deles é contada é possível conhecer ainda mais o mundo bruxo e ainda relembrar Hogwarts em algumas cenas em que Dumbledore se encontra na escola de magia.
Entretanto, outros personagens que fazem parte da trama não são tão bem explorados, como é o caso dos seguidores de Grindelwald, cujas suas histórias não são aprofundadas. Não há nada de marcante nos vilões como havia nos seguidores de Lord Voldemort que são lembrados até hoje. Já o magizoologista Newt Scamander, interpretado por Eddie Redmayne, apesar de ter sido convocado por Dumbledore para liderar uma equipe contra os vilões, pareceu um pouco deslocado em seu papel de herói, cujo no primeiro filme fazia total sentido.
Outra personagem muito esperada, ao menos para os Brasileiros, foi Vicência Santos, interpretada pela brasileira Maria Fernanda Cândido. Apesar da ótima atuação e de possuir um papel importante na narrativa, atuando como candidata ao posto de Chefe Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos, praticamente não existiram falas destinadas à personagem.
Já entre os destaques está a atuação de Mads Mikkelsen que substituiu Johnny Depp na atuação de Grindelwald, dando vida ao vilão da história. A maneira cruel e contida como Mikkelsen construiu o personagem deu forma a um vilão que foi além das sombras de Voldemort.
Outro ponto forte do filme são os efeitos visuais que deram vida aos animais fantásticos, o principal deles no terceiro filme, chamado de qilin, é extremamente adorável e realista. Contudo, as cenas dos animais fantásticos são roubadas pelo embate político do mundo bruxo.
Apesar dessa mudança de foco que foi das aventuras de Newt Scamander e os animais fantásticos para as eleições e outros acontecimentos que antecedem a Primeira Guerra Bruxa a saga ainda pode continuar, pois entrega nostalgia e uma boa aventura. Talvez não como Animais Fantásticos e com J.K. como roteirista. Mas o fato é que Harry Potter uniu uma série de fãs que não se cansaram do mundo bruxo nem depois do último filme, portanto esse universo deve sim ser mais explorado.