Palestra aborda depressão em ostomizados
Na manhã de hoje, estudantes do curso de Enfermagem da Faculdade Ielusc participaram de palestra com a Doutora Mágada Tessmann, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem de Santa Catarina. Ela falou sobre a depressão em pacientes ostomizados. Ostomia é um orifício artificial na parede abdominal para manter a comunicação com o meio exterior, com a finalidade de eliminar dejetos. Os tipos mais comuns são a colostomia (no intestino para eliminar fezes e gases), ileostomia (intestino delgado para eliminar fezes) e a urostomia (condutos urinários para eliminar urina).
A principal causa da ostomia é o câncer, cerca de 67% dos casos. Muitas vezes, o paciente acaba desenvolvendo também a depressão, sobretudo quando precisa carregar pelo resto da vida um aparelho coletor, a “bolsinha“. “Quando há um aparelho coletor grudado em nós, a aceitação não é fácil”, afirmou Mágada. Para o tratamento dessas pessoas é necessário uma equipe multidisciplinar de profissionais, pois, além do médico e do enfermeiro, também se necessita de um psicólogo e, em alguns casos, até de um psiquiatra.
A pessoa ostomizada escolhe se isolar do convívio social por medo de que as outras pessoas notem a “bolsinha” ou escutem os sons que ela produz, já que não possuem mais controle na hora de liberar os excrementos. A Associação de Ostomizados de Criciúma produziu um estudo em 2012 com 93 pacientes. Entre eles, 31,5% não faziam nenhuma atividade de lazer e 59,1% não tinham vida sexual ativa.
Dessas 93 pessoas, 32,3% tinham idade superior a 68 anos e 23,7% estavam na faixa entre 58 e 67 anos, ou seja, a maior proporção estava entre adultos e idosos. As profissões que mais se destacaram no grupo estudado foram agricultores (18,8%) e pedreiros (10,1%). Hoje a ostomia é considerada uma deficiência física e seus portadores podem usufruir de todos os direitos que a lei oferece.