Frente pela Democracia discute manutenção de direitos
A Frente Joinville pela Democracia realizou sua primeira plenária na noite de ontem, no Sindicato dos Metalúrgicos. O encontro reuniu cidadãos e lideranças de movimentos sociais que defendem as garantias democráticas, a tolerância e a não-violência.
No microfone, líderes e ativistas de diversos segmentos revezaram-se em seus discursos. Ana Paula Nunes Chaves, do movimento de mulheres negras, iniciou sua participação entoando um canto que foi acompanhado por palmas pelos participantes. Ela criticou a ameaça aos direitos já conquistados pelas minorias e pelos trabalhadores. “Um neoapartheid social está planejado com o congelamento de investimentos na educação pública, rasgando-se o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] e armando os homens que nos matam”, afirmou. “E nós? Teremos que nos refugiar novamente em quilombos?”
Sindicalistas, estudantes e artistas também expuseram seus argumentos. “Vivemos um momento histórico e desafiador e nós, povo pobre, sabemos o valor da democracia”, afirmou Vilson Santim, líder de movimento social.
Um dos discursos que mais emocionou os participantes foi do jornalista e pregador evangélico Guilherme Kuhnen. “Como eu, evangélico, posso tolerar a candidatura de um homem que defende a tortura se o meu Cristo morreu torturado? É inadmissível que a fé evangélica seja reconhecida pelo discurso de ódio e não pelo discurso de amor”, afirmou.
A Frente, que é suprapartidária, define-se, em seu manifesto de abertura, como um coletivo pacífico, que busca, por meio do diálogo, abrir espaços de defesa de uma sociedade mais justa, construída com base nos princípios da solidariedade, da igualdade, da diversidade, empatia e da tolerância.