Estudantes lançam documentário sobre cosplayers de Joinville
O documentário “Quando o sonho se torna realidade” tem seu lançamento confirmado para o dia 14 de novembro, às 19 horas, no Anfiteatro da Faculdade Ielusc, unidade centro. Desenvolvido como projeto experimental no curso de Publicidade e Propaganda, pelos alunos Ana Carolina França Neves, Lorrainy Caroline Bezerra e Robson Sochodolosch, o documentário aborda a história e cotidiano de seis cosplayers de Joinville. O trabalho busca despertar o interesse do público para a prática do cosplay e romper preconceitos.
Cosplay é um termo em inglês, formado pela junção das palavras costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou interpretação). Os praticantes vestem fantasias para interpretar personagens de séries, games, HQs, entre outros.
De acordo com Robson, a ideia de fazer um documentário sobre os cosplayers surgiu depois de alguns trabalhos feitos no evento Hanamachi, de Joinville. O curta-metragem procura mostrá-los em seu dia a dia. “A ideia principal é quebrar preconceitos e paradigmas sobre esta prática, trazer visibilidade a esse grupo”, explica. O projeto levou cerca de seis meses para ser executado, pois envolveu pesquisas, escolha dos participantes, gravações e edição.
Os equipamentos foram disponibilizados pela própria Faculdade Ielusc, como a câmera e tripé. Além disso, um microfone de lapela também foi utilizado. Os gastos principais foram com o transporte e divulgação, nada muito alto segundo Robson e houve ajuda de alguns parceiros: Bom Jesus/Ielusc, Clube do Videogame, Selbetti e Seta Soluções Visuais.
Renata Silva Souto de Melo, conhecida como Kitsune Raposa, foi uma das cosplayers que participou do documentário. Essa prática vem desde 2011 e começou quando ela trabalhava para o evento Hanamachi, no qual ela interpretou Maid. Desde então não parou mais. “Hoje em dia faço para me expressar artisticamente, livremente, fazer tudo o que eu amo reunido em um hobby só, apresentando, cantando, fazendo maquiagem e roupas diferentes”, conta. Renata conta com o apoio da família e dos amigos. “Meus pais acreditam na artista que habita em mim desde criança. Sempre me impulsionam a crescer e ser perfeccionista em meus projetos além de adorarem minhas apresentações.”
Em Joinville só há um evento para cosplayers, o Hanamachi. Mas existem vários espalhados por Santa Catarina, muitos deles são frequentados por Renata: Aniventure e Omake, em Itajaí; Wasabi, em São José/Florianópolis; Gakuen, Shinobi Spirit, em Curitiba; Anisoul, em Tubarão e Hypercon, em Blumenau. Ela conta que alguns figurinos podem ser feitos em uma semana, outros – mais complexos – podem levar um ano até conseguir todas as peças. A caracterização de um personagem chega a levar duas horas, dependendo da maquiagem, que é a etapa mais demorada.
Renata faz vários personagens, mas sua preferida é a Ahri, do jogo League of Legends, uma raposa de nove caudas. “Mas é impossível se manter em um personagem só, ainda mais quando você gosta de se apresentar como eu, então é legal fazer de vários personagens, até porque tem muitos que amo e que gostaria de trazer para a vida real”, explica. Ela conta que adorou a ideia do documentário e se sentiu honrada em fazer parte do projeto. “É superlegal poder mostrar a mais pessoas esse nosso hobby que é bem desconhecido ainda.”
Edson Luiz Furlanetto Alves, o Ash de Joinville, também fez parte do documentário. Ele já faz cosplay há oito anos. Quando começou, como o Ash de Pokémon, não foi algo muito planejado, mas gostou muito da sensação de se vestir como o personagem, por isso resolveu continuar com as produções. Muitos de seus amigos também estão na área e costumam se reunir em eventos de Joinville e região, mas também se encontram sem os cosplays.
O cosplayer leva em torno de 30 minutos, mas a maquiagem pode levar um pouco mais de tempo. Já a produção da roupa pode levar semanas ou meses. Seu cosplay de Angemon, Digimon Adventure, levou cerca de um ano para ficar pronto. “Não uso sempre o mesmo personagem, eu tenho várias roupas confeccionadas, mas eu repito em alguns eventos”, contou Edson.
Ash é o personagem que Edson mais utiliza, pois tem todas as roupas usadas pelo protagonista no anime. “Eu não trabalho com isso, mas gostaria. Porque é uma coisa que eu gosto muito de fazer”, afirma. Ele diz estar muito grato por participar do documentário e ansioso pela estreia.
Foto capa: Renata como Star Guardian Ahri de League of Legends/Foto: Hideki Minamizaki