Debate e novo livro marcam 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos
Para marcar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Faculdade Ielusc realiza hoje o debate Direitos Humanos, Mídia e Ética. O evento, coordenado pela professora Valdete Daufemback, começa às 19 horas, no auditório da Deutsche Schule, na unidade centro. Os professores Samuel Pantoja Lima (UFSC) e Leandro Hofstatter (Ielusc) são os convidados para discutir o tema. A entrada é franca e aberta à comunidade em geral.
A noite ainda conta com o lançamento do livro “O Discurso da Delinquência”, do professor Sandro Galarça. A obra é fruto da tese de doutorado em Literatura, na qual Galarça analisa os signos narrativos que constroem a instituição da prisão e seu reflexo na produção dos sujeitos, levando-se em conta não apenas o universo semântico, mas também o controle, o ambiente, o comportamento, as vestes, as características, a personalidade dos envolvidos, ou seja, como é constituído o sujeito que emerge desse discurso em “A Sangue Frio”, obra-prima de Truman Capote.
O livro não trata do crime ou do criminoso, nem das motivações e consequências, mas do universo de significados usados por Truman Capote em “A Sangue Frio” na construção cênica, nas relações de tempo e espaço e no próprio discurso ficcional que constrói o sujeito. Galarça também coordena projetos de pesquisa do curso de Jornalismo do Ielusc, em parceria com o Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Braz.
Lembrar é preciso
Após as atrocidades da Segunda Guerra Mundial, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada por representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948. Estabelece uma norma a ser alcançada por todos os povos e nações. É o documento mais traduzido do mundo e inspirou as constituições de muitos países.
Para a jornalista Lizandra Carpes, assessora de comunicação e articuladora de formação do CDH, lembrar e valorizar a Declaração Universal dos Direitos Humanos é urgente e necessário. “Em pleno século 21, mesmo com o avanço das mídias e tecnologias, a cada segundo uma pessoa é violentada ou morta por não ter respeitados os direitos os seus direitos inalienáveis, indissociáveis e universais”, aponta. Conforme Lizandra, no contexto brasileiro, mergulhado numa profunda ignorância política e de desinformação programada, sempre é importante falar e reforçar o conceito de direitos humanos e a defesa dos mais vulneráveis da sociedade.