Mediação de comentários nas redes sociais desafia veículos de comunicação

Buscar uma resposta para a pergunta “Mediar ou não mediar?” os comentários de leitores nas redes sociais foi o desafio da acadêmica Thaline Cardoso em sua monografia, orientada pela professora  Lívia Vieira. Os professores Sandro Galarça e Amanda Miranda avaliaram o trabalho.

Thaline decidiu investigar o tema  quando notou que os comentários feitos por consumidores de notícias em redes sociais eram o meio de aproximação mais efetivo de troca de informação. Com isso, mapeou os tipos de engajamento dos leitores e a bolha social em temas veiculados pelo jornalismo. Ela percebeu que há pessoas que extrapolam os comentários negativos e chegam a ser preconceituosas, o que não favorece o livre debate. Por outro lado, há leitores que compreendem as pautas e contribuem com informações.

Sua metodologia consistiu no modo qualitativo-quantitativo, analisando 45 comentários de 30 publicações de três veículos: Folha de São Paulo, Nexo e Portal  do G1. As editorias analisadas foram de economia, cultura, política e segurança. Após esse primeiro recorte, a estudante dividiu os comentários nas seguintes categorias: mediação, interação de leitores, fuga do tema, polêmica, potencial de mediação e discussão. Por fim, considerou que os comentários são o meio de maior engajamento, mas não são lidos da maneira correta pelos veículos nem mesmo pelos leitores. Como resultado, além da massificação de posicionamento, há pouca troca de conhecimento.

A professora Amanda considerou o tema “muito pertinente”, mas poderia ser ampliado com teorias da comunicação sobre o receptor, que não é alguém passivo, mas importante no processo comunicacional. Também atentou que a estudante poderia ter feito um recorte mais objetivo sobre qual tipo de mediação tratou em sua pesquisa,  além de ponderar algumas questões gramaticais. “Seu trabalho me trouxe muitas reflexões e cumpriu com todas as expectativas para um trabalho de iniciação científica”, finalizou.

Já o professor Sandro fez apontamentos sobre o trabalho escrito, como, por exemplo, a necessidade de tornar mais claros os objetivos, além de ponderar sobre a justificativa da estudante, atentou para o referencial teórico demasiadamente extenso e sugeriu o uso de tabelas para melhor organizar e visualizar as informações obtidas por meio da pesquisa. Thaline foi aprovada com nota 9,5.