UFSC e Ielusc apresentam resultados de pesquisa sobre Jornalismo
A mais ampla pesquisa já realizada sobre o jornalismo em Joinville apresenta seus resultados nesta quinta-feira (9/5), às 19 horas, no Auditório da Faculdade Ielusc (centro). O evento tem entrada franca e é aberto à comunidade. O GPSJor – Governança, Produção e Sustentabilidade para um Jornalismo de Novo Tipo – envolveu a aplicação de questionários e realização de entrevistas a 953 cidadãos joinvilenses, desde consumidores de notícias a profissionais de Jornalismo, Publicidade, Tecnologia de Informação, movimentos sociais, gestores, anunciantes e outros interessados pelo tema. Somando-se o alcance de público via rede social, o número de envolvidos com a pesquisa chega a 2.577 pessoas.
O estudo foi desenvolvido por pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Jornalismo e de Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Curso de Jornalismo da Faculdade Ielusc e do Mestrado em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Os dados foram obtidos entre junho de 2016 e abril de 2018, combinando uma série de instrumentos de pesquisa, como entrevistas exploratórias, questionários, enquete online, entrevistas em profundidade, grupos de trabalho compostos por jornalistas e representantes da sociedade, revisão bibliográfica e observação de casos de inovação no jornalismo. “Os resultados refletem as perspectivas dos variados públicos que se relacionam com o jornalismo local: profissionais, audiências, fontes de informação, anunciantes, publicitários, proprietários e outros”, explica o professor Jacques Mick (UFSC), um dos coordenadores do GPSJor.
O relatório final, que será apresentado nesta quinta-feira, expõe e analisa percepções da população de Joinville sobre consumo, qualidade, sustentabilidade e credibilidade das mídias jornalísticas locais. O deslocamento da audiência dos meios tradicionais para o ambiente online e a necessidade de oferecer mecanismos mais atrativos de participação ao público estão entre as conclusões obtidas pelos pesquisadores. “Não é mais suficiente considerar o público como receptáculo de conteúdos, mas os esforços para encorajar as audiências a participarem dos processos de difusão e circulação ainda não se mostraram suficientes”, observa Mick.
Na opinião da professora Maria Elisa Máximo, Coordenadora de Ciências Sociais Aplicadas da Faculdade Ielusc, a experiência interinstitucional de pesquisa proporcionada pelo GPSJor trouxe uma contribuição concreta à sociedade joinvilense. “Os resultados podem e devem ser utilizados pelos profissionais de mídia e também pelo público consumidor de informação para que Joinville possa construir uma prática jornalística ainda melhor”, afirma.
Para o professor Samuel Pantoja Lima (UFSC), que também coordenou a pesquisa, a realização de um projeto como o GPSJor só foi possível por conta da união de esforços e do engajamento voluntário de muitas pessoas. “É um empreendimento de investigação científica que demandaria enorme recurso financeiro, caso não contasse com a participação voluntária de quase 50 pesquisadores, entre professores, estudantes de graduação, mestrado e doutorado e um estágio de pós-doutorado”, observou.
A investigação teve início em setembro de 2015, com recursos próprios do Ielusc e da UFSC e, a partir de julho de 2017, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A etapa joinvilense do GPSJor foi a primeira de um projeto criado com o objetivo de ser reproduzido em outros territórios e realidades.