Atléticas promovem integração pelo esporte
Por Júlia Almeida
As atléticas tornam-se cada vez mais comuns dentro das universidades. De modo geral, a atlética é um grupo de estudantes, um grande time que disputam diversas modalidades esportivas e culturais e se unem por um único objetivo: a integração. Quem participa das atléticas arruma sempre um tempo para estar presente, seja para treinar ou para torcer por sua equipe.
Formadas por alunos de diversos cursos de uma mesma instituição, as atléticas incentivam a integração que vai além dos muros da universidade, cria vínculos com estudantes de outras instituições e até mesmo de outros municípios. Gabriela Dutra, 23, estudante de Publicidade e Propaganda da Faculdade Ielusc e integrante da AACOM (Associação Atlética de Comunicação da Faculdade Ielusc), começou a participar como atleta em 2015, quando fazia engenharia civil na UFSC. Mais tarde, participou da diretoria de comunicação da atlética Camaleão. “Foi trabalhando na diretoria que descobri a minha vocação: a comunicação. Sou muito grata por isso”, conta.
Para Gabriela, a vida universitária vai muito além das salas de aula. “A gente aprende muita coisa que leva para a vida participando de entidades estudantis, seja atlética, diretório acadêmico ou empresa júnior, mas tenho um carinho especial por promover a integração através do esporte”.
Joinville conta com 20 atléticas que participam da LAJE (Liga das Atléticas de Joinville), responsável por organizar eventos e competições esportivas. Anualmente há votação para definir quais atléticas ficarão responsáveis pela comissão organizadora. Para Mariane Machado, 20, estudante de Jornalismo no Ielusc e presidente da AACOM, as competições universitárias têm papel fundamental na vida dos integrantes. “São importantes por conta do desenvolvimento esportivo e pelas responsabilidades que a pessoa assume dentro de liga ou diretoria. Pra quem não tem essas funções e vai só pelos jogos é um novo mundo que permite conhecer pessoas e lugares, fazer novas amizades e viver histórias para contar depois”.
Treinos
Luana Engelmann, 20, estudante de Engenharia Química da Univille, é diretora de esportes femininos e também atleta da ATENUN, (Atlética de Arquitetura, Tecnologia e Engenharias da Univille). “Temos quatro modalidades esportivas (basquete, handebol, futebol e vôlei) e treinamos todas as semanas, tanto os times femininos quanto os masculinos. Fizemos uma pesquisa pra ver os melhores dias para cada modalidade e assim agendamos os treinos e marcamos as quadras.” Há intenção de realizar treinos também aos sábados ou domingos, para facilitar a participação.
A AACOM viajou com uma delegação de 42 pessoas até Apuracarana-PR para encarar mais um TUCA – Torneio Universitário de Comunicação e Artes, realizado de 20 a 23 de junho. O vice-presidente da Atlética, Johnny Quandt, 25, destaca a importância de manter a frequência dos treinos. “Para as competições a gente costuma marcar treinos e amistosos. Buscamos manter uma rotina de treinamento três vezes por semana, intercalando as modalidades, mas nem sempre é possível, levando em consideração os compromissos dos atletas e diretores”.
Muitos atletas conciliam a rotina universitária com trabalho e, mesmo assim, encontram tempo para treinar. “Trabalhando de dia e estudando à noite fica mais complicado, mas a gente sempre consegue uma horinha na semana para treinar”, explicou Gabriela.
No ritmo das baterias universitárias
No mundo das atléticas não podem faltar as Baterias Universitárias (B.U). Com o propósito de fazer festa nas arquibancadas, mas também para promover o desenvolvimento técnico de cada integrante, as competições entre baterias ocorrem em todo o Brasil.
A CBU (Copa das Baterias Universitárias) foi criada por Rogério Figueira, o “Tiguês”. Ele julga campeonatos de baterias universitárias desde 2010. A copa acontece por etapas regionais e conta com equipes de diversos estados, levando as finalistas de cada etapa para São Paulo onde disputam a grande final. Carolina Mariano Peres, responsável pela comunicação da CBU, conta que um dos objetivos é proporcionar lugar para que baterias pequenas cresçam.
Em 2019, a Copa de Baterias teve 32 equipes inscritas, um recorde. Na etapa de Ponta Grossa/PR, realizada em maio, a Bateria Nota CEM, da UFSC, representou Joinville. “Temos ensaios regulares duas vezes por semana, mas quando está mais próximo das competições, costumamos ensaiar todos os dias durante aproximadamente três semanas”, conta o mestre da bateria, Pedro Henrique Brito, 27.
O grupo conta com 20 integrantes. “Ficamos muito felizes com nossa primeira participação na CBU, foi uma experiência única para todos e trouxemos ensinamentos para serem aplicados nas próximas competições”, completou Pedro. A Nota CEM participou também do Desafio de Baterias do Universipraia, em novembro de 2018, trazendo para casa o título de campeã.
Outra bateria participante da etapa de Ponta Grossa foi a C7, da UFPR – Curitiba/PR, campeã da seletiva. Gustavo Vinícius Gomes é responsável pela manutenção dos instrumentos, diretor técnico de surdo e também toca surdo de marcação. Para ele, as competições entre BU’s promovem a aproximação de vários grupos. “As competições criam uma ótima integração entre as BU’s e as pessoas que acompanham os eventos. É um local de festa e de admiração pelo trabalho de outras pessoas. A rivalidade existe, mas de maneira saudável”.
Assim como a bateria C7, a Nota CEM pretende estar presente em outros desafios entre baterias universitárias. “As competições nos levam à evolução e acreditamos estar apenas no começo da nossa jornada”, confirmou o mestre da bateria.
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Parabéns pela reportagem! Muito bem escrita e detalhada. Continue o excelente trabalho!