Leia Mulheres discute Júlia Lopes de Almeida em encontro virtual
Por Marcela Güther
Em agosto, o Leia Mulheres Joinville continua a realizar encontros literários em formato online. O livro da vez é “A Falência”, da escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida, romance considerado um dos mais importantes do modernismo brasileiro. A autora oferece, em 1901, um panorama sobre a burguesia urbana e retrata a sociedade machista, com suas relações escravocratas e desigualdades.
O encontro do grupo – que tem como objetivo propor ações para inclusão da presença da mulher no mercado editorial –, acontece no dia 29/8 (sábado), pontualmente às 15h30 (entrada na sala virtual às 15h20). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas preenchendo este formulário online. Para receber notícias do clube em tempo real, inscreva-se no canal do Telegram do Leia Mulheres Joinville.
O Leia Mulheres é um movimento nacional que existe desde 2015 e objetiva incentivar uma luta, cada vez mais compartilhada, para empoderar mulheres escritoras que sobrevivem a um mercado editorial com preponderância de vozes masculinas. No Brasil, o movimento, criado em São Paulo há quatro anos, já abrange mais de 120 cidades, sendo sete catarinenses: além de Joinville, há clubes de leitura de autoras em Florianópolis, Blumenau, Lages, São José, Balneário Camboriú e Itajaí.
Sobre o livro
Leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp, “A Falência” se consolida como um dos mais importantes romances do modernismo brasileiro. Júlia Lopes de Almeida consegue oferecer um notável panorama das repercussões do boom do café no final do século XIX na formação da nascente burguesia urbana e também retratar, com impecável maestria, os meandros de uma sociedade machista e hipócrita, em que subsistem as relações escravocratas e aprofundam-se as desigualdades sociais.
Rio de Janeiro, 1891. Francisco Teodoro, um bem-sucedido e ambicioso comerciante de café, conhece Camila. Em busca de um casamento que traga estabilidade, ele não vê melhor opção que desposar tal jovem, bela e de boa e humilde família. Os filhos Mário, Rachel, Lia e Ruth crescem a olhos vistos, enquanto a empresa do pai continua a prosperar. Nem só de flores, contudo, vivem os Teodoro. Francisco, cada vez mais ganancioso, vê outros comerciantes se arriscando no trato com o café e decide fazer o mesmo. Afinal, é preciso aumentar o patrimônio familiar que Mário insiste em dilapidar. Camila, alheia aos movimentos econômicos e cada vez mais absorta em sua relação com o médico Gervásio, nada opina. Em um revés do destino, a fortuna da família acaba. Francisco Teodoro se suicida e todos, mãe e filhos, precisam aprender a lidar com a nova situação social.
Nascida no Rio de Janeiro em 1862, filha de portugueses emigrados, cultos e ricos, Júlia Lopes de Almeida teve uma educação sofisticada e liberal. Dos sete aos 23 anos, morou em uma fazenda com a família, em Campinas (SP), onde, incentivada pelo pai, publicou suas primeiras crônicas no jornal local. Em 1886, parte para Lisboa, onde permanece por dois anos, quando, casada com o poeta português Filinto de Almeida, retornou ao Brasil. Seu primeiro romance, Memórias de Marta, é lançado em 1889, em São Paulo, onde o casal morou por quatro anos, em razão das atividades jornalísticas do marido. A partir de 1925, a família fixa residência por seis anos em Paris. Em 1934, oito dias após voltar de uma viagem à África, a escritora morreu, em sua cidade natal, vítima de malária, aos 72 anos.
Pograme-se
- 29/8 – “A falência”, da Júlia Lopes de Almeida
- 26/9 – “O deus das pequenas coisas”, da Arundhati Roy
- 31/10 – “Distância de Resgate”, da Samanta Schweblin
- 21/11 – “Mulheres e caça às bruxas”, da Silvia Federici
- 12/12 – “Enterre seus mortos”, da Ana Paula Maia
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