Educação física usa tecnologia para ensinar atividades psicomotoras
Por Pedro Henrique Kuster Simm
O isolamento social decorrente do coronavírus levou os alunos da segunda fase do curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Ielusc a reinventarem a forma de lecionar. A solução encontrada foi a criação do projeto “Atividades Psicomotoras”. São vídeos semanais publicados no Instagram em que os estudantes ensinam atividades voltadas ao desenvolvimento da parte psicomotora, fundamental para a formação das crianças.
A ideia do projeto surgiu como forma de vivenciar aquilo que os alunos da segunda fase aprenderam no componente curricular de psicomotricidade. Esse campo do conhecimento estuda o desenvolvimento neuromotor da criança, formado através de um processo contínuo de evolução. Nessa área é onde desenvolvemos a coordenação motora, as noções de espaço, e a consciência do próprio corpo, por exemplo.
Os efeitos do desenvolvimento psicomotor acontecem principalmente na infância, quando a criança começa a conhecer o mundo e a si mesma, e podem ser estimulados através de atividades que explorem o movimento e a cognição, simultaneamente. Cada atividade dessas, no contexto da psicomotricidade, tem uma intenção. Para a criança, pode parecer apenas uma brincadeira, mas essas atividades auxiliam na formação da parte desejada.
Elisiane Wiggers é a responsável pela disciplina. Formada em Educação Física e especializada em Psicomotricidade, Dança e Consciência Corporal, ela também leciona Núcleo de Práticas II, por isso uniu as duas matérias para criar a proposta das Atividades Psicomotoras.
O conteúdo foi dividido em tópicos que os alunos transformaram em vídeos com atividades. Os estudantes postaram semanalmente o conteúdo no Instagram Ielusc na Comunidade . Segundo Elisiane, a rede social foi o meio escolhido por ter potencial de atingir um grande número de pessoas, como pais, professores e acadêmicos.
Formação profissional
O propósito principal do projeto foi servir como pesquisa para os profissionais da área, através de propostas de brincadeiras e atividades que estimulem o desenvolvimento psicomotor nas crianças, ao mesmo tempo em que prepara o acadêmico para lecionar.
“A gente pretendia instrumentalizar o aluno para que ele tivesse mais condições de atuar na área; o primeiro passo foi dar a oportunidade de vivenciar e produzir o projeto, para que isso contribuísse com a formação acadêmica deles e com seu futuro na profissão”, explicou a professora.
Além de planejar a atividade, os estudantes enquadraram, editaram e organizaram os vídeos, o que gerou certa complicação no início. Para ajudar, a bolsista Tainara da Silva, responsável pela monitoria da disciplina de Psicomotricidade, organizou uma cartilha que indicava aos colegas de sala métodos para ajudar na gravação dos vídeos.
“Conseguimos trazer algo de bom, mesmo em meio a uma pandemia”, afirmou Tainara. O projeto conta com 15 vídeos de atividades, além de outros que ainda serão postados.
Livros ilustrados
Além do projeto Atividades Psicomotoras, a segunda fase de Educação Física produziu dois e-books ilustrados que trouxeram os assuntos estudados no ano passado.
O primeiro volume , “Propostas Pedagógicas para a aula de Educação Física”, abordou temas como dicas para o Enem, brincadeiras de circo e artes marciais.
O segundo volume, “Propostas Psicomotoras”, retratou as atividades dos vídeos produzidos pelos alunos durante o semestre. Através de ilustrações e prints, o material ensina brincadeiras que trabalham a parte neuromotora das crianças. Os dois e-books também estão disponíveis gratuitamente no Instagram Ielusc na Comunidade.