Conheça a banda Horney
Por Henrique Duarte
A banda Horney de Joinville faz muito barulho nos movimentos culturais da região. Com raízes do rock da década de 90, a banda atualmente é integrada pelo quarteto: Duda, André, Jorge e Bruno. Eles acabaram de gravar um novo projeto e pretendem lançar nos próximos meses o EP com nome ainda não revelado. Este é o segundo trabalho autoral da banda. Com o EP Knees (2020) na bagagem, a banda busca novas referências no punk e synthwave para os próximos projetos.
A formação atual da banda passou a maior parte do tempo produzindo na pandemia. Em entrevista via Meet, alguns integrantes da banda contaram um pouco sobre essa experiência e adaptação no mundo musical.
Como a Horney surgiu?
Jorge: Atualmente a banda é formada pela: Duda, vocalista e guitarrista, André na bateria, eu no baixo e back vocal e o Bruno guitarrista e back vocal também. Em 2018 a Horney começou com uma vontade da Duda de ter um projeto principal. Resolvemos iniciar o projeto, com pessoas que hoje não estão presentes na banda. A ideia surgiu num bar da região (Empório Dona Francisca).
Duda: Até a Horney chegar na composição atual, tivemos vários momentos de construção. Antes disso, tivemos membros colaboradores de outras bandas de Joinville, um deles é o José dos Scumbags, uma banda de punk/rock do Jorge.
Porque as músicas da banda são em inglês?
Duda: A Horney canta músicas autorais, a primeira música autoral foi feita por mim. As composições em inglês tem a ver com afinidade sonora mesmo, e vontade de expansão. Dominar a língua estrangeira, principalmente o inglês que conecta o mundo inteiro. Logo depois comecei a ressignificar esses tipos de letras, e não acho que cantar músicas em outra língua é uma forma descartável.
Vocês acham que o movimento cultural que a Horney está inserido enfrenta dificuldades na questão de alcançar público em Joinville?
Duda: Apesar de eu não abraçar todos da cena cultural de Joinville, nós conhecemos boa parte dos artistas. Isso mostra como a cena cultural tem uma união e acolhimento entre artistas da cidade. Mas a questão do funcionamento e desdobramento poderia ser melhor quanto da parte da própria cidade, das pessoas, bares e artistas. Atualmente, o cenário está bem fluido, principalmente antes da pandemia, quando a horney estava em alta na cena cultural. Dentro da bolha de acolhimento dos próprios artistas locais, estávamos fazendo bastante barulho, em vários aspectos, buscando fazer movimentos culturais.
A cena de Joinville é grande, mas ela tem um apoio que, por si só, precisa ser mais espalhado, pois as próprias ramificações não se sustentam. Eu (Duda), por exemplo, trabalhava num bar (Bovary) onde buscava várias bandas locais para apresentações, abrindo as portas para diversos artistas da região. Mas isso tinha que respingar em outros raios diferente do nosso, pois a cena de joinville ainda é muito enfraquecida.
Vejo que é um “lance” da cidade e que isso precisa mudar. Pessoas que são muito talentosas não dão a cara para mostrar sua arte. Temos essa ideia clichê que Joinville é uma cidade industrial, e realmente é, mas eu saio de casa, vou para os parques onde busco inspiração e vejo outras pessoas fazendo a mesma coisa. É importante que as pessoas saibam que dentro da cena cultural de Joinville tem apoio entre os artistas.
Quais suas principais influências musicais?
Jorge: Nossa banda tem uma raiz bem forte do Rock anos 90 com influências do grunge. Acho que esse foi o gênero musical que realmente juntou a gente. Gostamos muito de Nirvana, a Duda tem muito gosto em Foo Fighters. Eu tenho muita influência de Alice in Chains, inclusive meu álbum favorito, ‘’Jar of Flies” foi lançado no dia em que eu nasci (25 de janeiro de 1994) — isso também influencia muito a gente, porque sempre tentamos buscar um significado inserido no contexto das palavras e melodias.
Atualmente, em nossas composições, tentamos buscar diversas referências no Punk, Synthwave e artistas como Billie Eilish. Isso explica muito que hoje não ficamos focados em bandas e artistas que nos influenciavam no começo, e sim buscamos várias coisas novas que auxiliam nas composições.
Como funciona o processo de composição e gravação das músicas?
Jorge: Não tem uma regra. A criação da música vem de uma semente original de ideias. O importante é não desperdiçar ideais. Basicamente pegamos um arranjo inicial, seja mínimo ou ideia estruturada, juntamos, discutimos e tocamos. É muito comum a gente ir tocando e estruturando as músicas no momento do ensaio e gravações.
Qual a rotina de ensaio de vocês?
Duda: Hoje conseguimos ter dois encontros semanais, sendo o principal aos sábados no home studio do Bruno, mas experimentamos várias formas de extrair o “suco néctar” da Horney. No começo da pandemia, por exemplo, tentamos adaptar os ensaios cada um na sua casa. A formação atual da banda tem mais tempo de pandemia, então conseguimos buscar formas de adaptação. Hoje estamos tendo esse contato mais presencial, em janeiro fomos pra São Paulo gravar nosso EP — precisávamos nos encontrar para conseguir colocar as ideias em prática. E agora estamos readaptando a trabalhar como banda pessoalmente Foram sete meses desde que conseguimos encontrar uma luz nesse cenário caótico que o mundo vive em meio a pandemia.
Entre o processo de gravação e apresentações, qual preferem?
Jorge: Antes da pandemia eu curtia muito em estar no palco, ter um contato com a galera. Com a pandemia, acabei me redescobrindo. Hoje vejo que o processo de criação das músicas é muito importante também. Estar com os membros da banda, discutindo e criando juntos, é minha atividade preferida atualmente.
André: Para mim não tem uma questão de favorito. O processo de criação tem seu lado especial, assim como tocar ao vivo tem aquela troca de energia entre os membros da banda e com a galera que está assistindo ao show. Então para mim não tem especial acho que a gente tem que saber tirar o melhor proveito da situação.
O futuro da banda:
Jorge: Gravamos nosso segundo EP em janeiro que não saiu ainda. Esse será nosso primeiro material lançado pela gravadora Forever Vacation. Pretendemos lançar num futuro próximo. Estamos ajustando algumas mixagens ainda. Além disso, estamos trabalhando em alguns clipes de músicas já lançadas, e também pensando em clipes para músicas que estarão no segundo EP. E, por fim, para um futuro mais distante, estamos começando a preparar a ideia do nosso primeiro disco.