Observatório de pesquisa acompanha a entrada de psicólogos na rede pública municipal de ensino
Por Henrique Duarte
Há quase dois anos em vigor, a Lei nº 13.935/2019 vem garantindo a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica no Brasil. O projeto tramitou por mais de 20 anos no Congresso Nacional até se tornar lei.
Mariana Datria Schulze é psicóloga e coordenadora do curso de psicologia na Faculdade Ielusc e destacou a importância desta legislação. Apesar disso, na prática, a entrada desses profissionais nas escolas também gera preocupação, já que a lei não traz especificações de como esse trabalho deve ser executado. A partir disso, a professora teve a ideia de criar o Projeto Observatório de Pesquisa na Escola.
O observatório conta com alunos dos cursos de psicologia, nutrição e jornalismo. Com encontros quinzenais, os membros observam a atuação desses profissionais nas escolas, analisam como eles estão intervindo no meio e quais são os resultados e desafios na educação básica. “Além da obrigatoriedade, o cidadão tem o direito de ter esse profissional na escola, justamente com o temor de que a presença do profissional atravesse por uma leitura diagnóstica, medicamentosa e numa leitura higienista”, disse Mariana.
O conteúdo serve para oferecer análises e dados para três instâncias: profissional, pública e civil. A ideia é que o projeto se formalize como um programa dentro do curso de psicologia para acompanhar o processo de implementação e de continuidade desta lei no sistema municipal de ensino de Joinville.
Os próximos passos são construir um site para disponibilizar os relatórios produzidos pelos integrantes do projeto e catalogar materiais que estão em andamento ou concluídos em âmbito municipal, como leis, manuais e documentos.
Para Mariana, a saúde mental e as questões psíquicas são ordinárias e cotidianas, e a escola é lugar de aprender e desenvolver a psique. Com a presença dos profissionais da psicologia e serviço social, a educadora acredita que a forma de interpretação do mundo será muito mais sustentável e qualificada.