Slam: a poesia volta às ruas de Joinville
Por Lucas Amaro
Na tarde do primeiro domingo de dezembro, o público, ainda tímido, começou a se reunir na Fundação Cultural Casa da Cultura. O violino, a dança, as poesias e a emoção tomaram conta do espaço. Assim foi o retorno das atividades do Slam Joinville, movimento cultural de poesia falada. “Em tempos de incertezas, a arte inspira e cria esperança para o futuro”, afirma Zalu Amorim, organizador do evento.
O movimento cultural, que teve início em 2019, invadindo as ruas de Joinville com poesia, dança, música e toda forma de expressão artística, carrega discursos de uma geração atenta às causas sociais, levanta debates sobre racismo, homofobia, violência contra mulher, entre outras questões contemporâneas.
Com origem em Chicago, nos Estados Unidos, o Slam chegou ao Brasil em 2008, pela atriz Roberta Estrela D’Alva, através da Zona Autônoma da Palavra (ZAP), em São Paulo. O Slam é a propagação da cultura por meio do incentivo aos artistas locais.
Numa mistura de jogo, poesia, crítica e intervenção urbana, os poetas se reúnem em espaços para declamar seus trabalhos. Cada participante ou Slammer tem um tempo previamente estipulado para apresentar seu trabalho, passando por uma banca de jurados, escolhidos aleatoriamente pela plateia, resultando nos finalistas, que passam para os campeonatos estaduais. Em Joinville, o movimento teve início em 2016, trazido por Thiago Schult, a cada nova edição vem tomando forma.
Para Fábio Roberto, participante assíduo do Slam, o movimento tem um cunho importante na sociedade, o movimento começou na rua e conversa com a juventude, dando a possibilidade e perspectiva para os jovens, principalmente das periferias. “A arte é primordial para salvar a vida do jovem, ela fala sobre lutas, sobre coisas que nos incomodam, traz movimento”, afirma o artista.
Roberto foi inserido no mundo da arte através do hip-hop, movimento que já possui características parecidas com o SLAM, mas foi através da leitura que descobriu e desenvolveu o seu amor pelas poesias e improvisações. O compositor acredita que o Slam e toda essa dinâmica da arte de rua serve para deselitizar a arte e a cultura, levá-la para todos.
A arte é gratuita, para todos. “A arte de rua é isso, sempre existirá um ouvido solícito, pronto para o ouvir. É gratificante poder sair dali descarregado, despejar arte, não existe recompensa melhor”, afirma Roberto.
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