O poderoso chefão: 50 anos de legado e referências na cultura pop
Por Eduardo Gums
Quando falamos de cinema, muitas obras nos vêm à mente. Sobre a influência dessas obras poucas são tão emblemáticas quanto O Poderoso Chefão. Seja em paródias, homenagens, referências ou até mesmo nos tipos de personagens, o trabalho de Francis Ford Coppola conseguiu a façanha de ser uma das obras mais influentes da história do cinema. Mesmo cinquenta anos após seu lançamento que foi celebrado dia 24 de março de 2022 pelos fãs e cinéfilos.
Baseado no livro do escritor ítalo americano Mario Puzo lançado em 1969, o filme foi lançado em 24 de março de 1972 e conta uma história aos moldes das tragédias shakespearianas e gregas.
Na história, Don Vito Corleone (interpretado por Marlon Brando) é o patriarca de uma família criminosa ítalo-americana vivendo nos Estados Unidos pós segunda guerra. Don Corleone tem quatro filhos e uma filha. Santino (Sonny), Frederico (Fredo), Michael e Constanzia (Connie), além de um filho adotivo chamado Tom Hagen. Quando o criminoso Sollozzo realiza um atentado contra sua vida, Corleone precisa escolher entre seus filhos um sucessor digno para assumir seu legado.
Apesar de um argumento simples, o roteiro de Coppola e de Puzo é construído de uma forma complexa. Bebendo de fontes como Rei Lear de William Shakespeare para construir sua trama de sucessão, o diretor constrói uma das grandes histórias do audiovisual.
Em aspectos técnicos o filme é diferente de tudo que já tinha visto até então. A fotografia de Gordon Willis consegue criar ambientes sombrios além de paisagens exuberantes. Ele consegue criar um contraste das cenas em Nova York, na primeira parte do filme para as cenas na Itália, durante a segunda metade. A edição de William Reynolds e de Peter Zinner cria transições entre as cenas que poucas vezes foram feitas no cinema. A música de Nino Rota, hoje clássica, consegue passar ao público o clima do filme.
A criação de Coppola é uma obra que cativa tanto pela sua história atemporal quanto pelos aspectos técnicos. É uma obra que continuará influenciando e sendo referenciada em produções que tratam do tema máfia. Além de também ser uma referência para construção narrativa e de direção cinematográfica.
A influência de O poderoso Chefão na cultura pop são muitas. O site Tv Tropes documentou algumas destas referências e são surpreendentes.
A série animada Os Simpsons já referenciou o clássico e suas sequências cerca de onze vezes. A escola em que a versão ficcional do comediante Chris Rock na série Everybody Hates Chris se chama Corleone Junior High School.
No terceiro capítulo da segunda trilogia de Star Wars, A vingança dos Sith, há uma sequência inteira que presta homenagem a sequência do batismo/massacre do primeiro filme.
A influência chegou até mesmo nos quadrinhos de super heróis e em suas adaptações para tv em duas ocasiões. A primeira em O longo dia das bruxas, do personagem Batman. Nela o mafioso Carmine Falcone é caracterizado como Don Corleone, além de diálogos que refletem a abertura do filme.
O segundo tributo do gênero super herói ao drama criminal clássico ocorre no último episódio da série Luke Cage. Lá, a série presta homenagem à cena final, quando a porta é fechada para Kay (Diana Keaton) esposa de Michael Corleone.
Estas referências são apenas as visuais. Há também reproduções de diálogos além de menções a personagens como Vito Corleone e Tom Hagen em shows como Breaking Bad.
Tais homenagens e referências só demonstram o impacto que o filme do diretor Francis Ford Coppola alcançou na cultura pop. Uma influência que com certeza continuará presente nos anos de filmes e séries que virão.