Outubro Rosa e a importância da prevenção contra o câncer de mama
Por: Leonardo Budal e Diogo de Oliveira
Outubro é o mês do combate ao câncer de mama. Mundialmente conhecida, a campanha visa não só divulgar os perigos da doença, mas também mostrar ao público maneiras de enfrentá-lo, como o diagnóstico precoce através de exames como a mamografia, ultrassom e o autoexame. Tudo isso para diminuir as taxas de mortalidade.
A campanha surgiu nos Estados Unidos, quando diversos estados discutiam a importância da realização do exame de mamografia. Até que o Congresso Americano oficializou o mês de outubro como o período central para a conscientização. O rosa, cor tema da campanha, ganhou destaque a partir da distribuição de fitas da mesma cor pela instituição Susan G. Komen Breast Cancer Foundation, durante o evento “Corrida pela Cura”, que aconteceu em Nova Iorque, em 1990.
No Brasil, o movimento ganhou força no ano de 2002, quando a estrutura do Mausoléu do Soldado Constitucionalista (Obelisco do Ibirapuera), localizado na cidade de São Paulo, foi inteiramente iluminado de rosa. Com isso, diversas estruturas no país foram anualmente “pintadas” pela cor, com o maior exemplo sendo a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa do triênio (2020-2022) é de 66.280 casos de câncer de mama, com destaque para a região sudeste e sul, respectivamente, com 36.470 e 10.890 casos. Comparado ao biênio anterior (2018-2019) houve um crescimento de aproximadamente 11%.
O mastologista e cirurgião oncológico Marcelo Biasi Cavalcanti conta que, infelizmente, a maioria dos casos diagnosticados da doença são em estágios mais avançados. “As pessoas só procuram um médico quando estão sentindo alguma coisa, não tendo o costume de buscar o diagnóstico precoce.” Segundo ele, a campanha, que tem a finalidade de trazer as pessoas para fazer o exame, não surte tanto efeito quanto deveria.
Marcelo ainda completa dizendo que não consegue ver um aumento significativo de consultas em sua clínica durante esse período. “Nós já trabalhamos com a agenda cheia. Nossa sugestão é que as mulheres procurem fazer o exame durante o ano todo, já que não é garantido que teremos agenda em outubro.”
Segundo o médico, o exame e diagnóstico precoce são fundamentais para a taxa de sucesso de cura da doença, “chega a subir 90%”. Entretanto, ele também admitiu que existem poucos especialistas e aparelhos necessários para a realização dos exames. Sendo assim, as vagas para consultas se esgotam rapidamente. “O câncer de mama pode ser considerado uma doença que sempre está em destaque, pois tem muito apoio das mídias digitais e outros meios de comunicação”, reflete o especialista. “Porém, por algum motivo, as pessoas ainda não procuram fazer os exames necessários”, lamenta.
Marcelo não descarta a importância da campanha do Outubro Rosa. Apenas diz que durante a campanha, mais informações preciosas como a faixa etária das mulheres que devem fazer os exames, devem ser melhor divulgadas entre os meios. Tendo um caráter mais informativo, já que, segundo ele, o movimento pode muitas vezes ganhar um viés mais comercial do que educativo.
É recomendável pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que mulheres a partir de 40 anos, realizem anualmente o exame de mamografia. Mas, é importante que mulheres mais novas visitem regularmente médicos especialistas, além de manter uma rotina e estilo de vida saudáveis. Fatores como a má alimentação, sedentarismo, tabagismo e obesidade, podem contribuir para um desenvolvimento precoce da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, existem cinco sinais de alerta para o câncer de mama, são eles: um nódulo palpável na mama; retrações de pele e do mamilo que deixam a mama com aspecto de casca de laranja; saída de secreção aquosa ou sanguinolenta pelo mamilo, chegando até a sujar o sutiã; vermelhidão da pele da mama; pequenos nódulos palpáveis nas axilas e/ou pescoço. Outros sinais possíveis são a inversão do mamilo, inchaço da mama e dor local.
Caso apresente um ou mais dos sintomas listados acima, procure um especialista. Porém, é importante lembrar que o aconselhável é seguir as recomendações de prevenção.