Como a criatividade transforma o cotidiano
Por Caroline de Apolinario
Mente criativa faz descobertas, traz à tona uma outra visão do mundo e melhora a saúde do cérebro
A criatividade é uma das forças mais poderosas e distintivas que moldam a experiência humana. Ela está presente em todas as esferas da nossa vida, desde as artes até a ciência, da resolução de problemas cotidianos à inovação tecnológica. Por isso, é ideal não ter medo de pensar diferentes assuntos, decisões e tópicos. Deixar a mente viajar e reservar um tempo para você, é importante para que novas ideias nasçam e seu cérebro seja estimulado. Gradualmente, os cientistas começaram a descobrir quais áreas do cérebro estão envolvidas na criatividade e a identificar processos como o pensamento espontâneo ou controlado.
Uma pesquisa conduzida pelo neurocientista cognitivo Roger Beaty, da Universidade de Harvard, revela que pessoas que têm ideias inovadoras em suas atividades diárias têm cérebros diferentes dos outros. Na revista científica, publicada no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), Beaty descobriu que o pensamento criativo ocorre principalmente em três redes neurais. São elas: a rede de modo padrão, que é usada quando o cérebro gera ideias e imaginações simples; a rede de controle executivo, que ativa para tomada de decisão e avaliação de ideias; e a rede de saliência, que discerne quais ideias são relevantes e alternam entre as demais.
Gabriel Kunst Sieber, 21, ator em formação e morador de Joinville, conta que o processo criativo ao desenvolver um personagem é tentando ao máximo criar uma conexão. “Isso é importante, me faz experienciar como ele se sentiria em tal momento. Digamos que um personagem passa por um período difícil na vida dele. Eu não presumo que ele se sentiria mal. Eu simplesmente pego a cena e vou atuando em diferentes estilos, buscando a entonação correta e que eu sinta que meus sentimentos batam com o personagem. Além disso, tento fazer paralelos entre o acontecimento do personagem e acontecimentos pessoais para aumentar o vínculo e a maneira como atuarei”, conta.
O estudante explica que seu sonho em se tornar ator vem desde pequeno. Suas fontes de inspiração são atores específicos como Leonardo DiCaprio, Daniel Day, Lewis e Marlon Brando. Suas interpretações favoritas estão em filmes como Os Infiltrados, O Poderoso Chefão, Django Livre e Bastardos Inglórios. Porém, mesmo sendo apaixonado pelo cinema e pela televisão, sente que a cidade precisa de um toque forte de audiovisual.
Participou de alguns curtas e tem colegas que os fazem também. “São ótimos trabalhos e sinto que os alunos são extremamente talentosos. Com certeza, teremos muito mais disso futuramente e a tendência é que cresça cada vez mais”, acrescenta.
A criatividade é uma qualidade universal que pode ser nutrida e desenvolvida. Para Bianca da Rosa Cargnin, 22, formada em Fotografia pela Univille, o contato com as câmeras começou na faculdade, tendo duas paixões: fotografias de pessoas e gastronômicas. “Acho que busco valor no simples. Por vezes faço fotografias mais borradas para capturar movimentos ou sensações que aquele momento pede. Mas quero que todos possam interpretar e sentir algo através das minhas fotografias, por isso não coloco muitos aparatos. A minha fotografia precisa transmitir isso”, explica.
Fotógrafos como Sebastião Salgado, Vívian Maier e Ana Lúcia Stein têm influência em sua vida profissional. A fotógrafa diz que a música é sua principal fonte de conexão ao mundo da criatividade. Seu modo de fotografar é construído juntamente com a pessoa fotografada, escolhendo a locação e roupas. Bianca tem uma visão precisa sobre Joinville, ela acredita que pela cidade existem muitas pessoas talentosas e autênticas. “É importante buscar profissionais que procuram autenticidade em suas mais variadas atividades. Isso não é um processo fácil, mas único”, finaliza.