Moda sustentável: o impacto dos brechós de Joinville na cooperação com o meio ambiente
A moda vem sendo criticada há alguns anos pela responsabilidade no consumo exagerado e pelo descarte indevido de roupas em aterros sanitários.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), roupas velhas, retalhos e peças de couro compõem as mais de quatro milhões de toneladas de resíduos têxteis descartados por ano no Brasil. A produção excessiva de roupas e a rápida metamorfose da moda, chamada “fast fashion”, resultaram em um aumento na quantidade de resíduos têxteis gerados no mundo, levando décadas ou até séculos para se decomporem no planeta.
Diante disso, surge a popularidade dos brechós, possibilitando a comercialização de ‘second hand’, as famosas roupas usadas, como uma alternativa sustentável de consumo. Esse tipo de loja proporciona uma nova maneira de estar por dentro da moda, pois não são apenas roupas baratas, mas também roupas recicláveis e joviais.
Os brechós em Joinville
Após se mudar para Joinville, Bárbara Brito observou que os moradores daqui consumiam brechós e resolveu abrir seu próprio negócio. Inicialmente, o seu sonho era ter uma loja de roupa, mas com essa nova oportunidade, abriu a Uzze Brechó há seis anos. No começo em vendas on-line feitas pelo Facebook.
De acordo com Bárbara, o diferencial do brechó é a qualidade das roupas. As peças são oferecidas em ótimo estado de conservação, pois passam por uma curadoria bem rigorosa antes de estarem na loja. Dessa maneira, dá oportunidade para a população obterem roupas de “marca” por um preço bem menor que o original. “Meu público-alvo são as pessoas que valorizam o meu trabalho e o que nós entregamos, que entendem o valor, não do preço, mas da nossa loja”, compartilha a proprietária.
Apesar disso, ainda há um tabu contra brechós. O ato de comprar roupas usadas ainda não agrada a todos. Hoje em dia existem vários tipos de brechós, aqueles que prezam pela qualidade e outros que nem tanto. “Esses tipos de brechós acabam estragando a primeira experiência que poderia ser positiva e comprometem a imagem das lojas de roupas usadas”, comenta Bárbara.
Já são quatro anos e meio de loja física, localizada na Rua Dr. João Colin, no bairro América, e o negócio só cresce. Através do Instagram da Uzze, atualmente o principal canal de venda, a empresária anunciou sua nova loja, um local mais amplo para dar conta do público.
Consumidores joinvilenses
Mariana Heidemann, 19 anos, é adepta de brechós, mas não foi sempre assim. Antigamente, a jovem conta que tinha receio de comprar roupas que já foram usadas por outras pessoas, mas deixou esse preconceito de lado e deu uma chance às roupas de brechó. “Mudei totalmente meu pensamento e agora mensalmente dou uma passadinha em alguns brechós para dar uma olhada nas novidades.”
De fato, as redes sociais influenciam as nossas aquisições, com a Mariana não foi diferente. A busca pelos brechós se deu pela influência de algumas blogueiras. “Sigo blogueiras e influencers no Instagram e no TikTok que incentivam a compra em brechós e que mostram looks de second hand”, conta. Por exemplo, a blogueira Elisa Vieira, que já possui mais de 200 mil seguidores no Tiktok, plataforma que usa para criar conteúdos sobre moda e brechó. Em Joinville, a procura pelos brechós da cidade são feitas pelos perfis no Instagram ou por indicações de amigas que também possuem esse hábito.
Confira os principais brechós de Joinville:
Uzze Brechó – Rua Dr. João Colin, 864 – América
BentaRosa Brechó – Rua dos Ginásticos, 126 – Centro
Desapego Lara – Rua Frederico Birckholz, 85 – Anita Garibaldi
Boa Pinta Brechó – Rua Min. Calógeras, 250 – Centro
Manjericão Brechó – Rua Inambu, 1341 – Costa e Silva
Dig For Fashion – Rua Lages, 62 – Centro
Menina Cereja Brechó – Rua Padre Kolb, 1428 – sala 4 – Anita Garibaldi