Plano de governo de Gubert (MDB): análise das propostas e viabilidade
Por Ketlin Mylena Ribeiro, Maria Helena Kalfeld e Camila Vieira de Jesus.
O candidato Luiz Cláudio Gubert (MDB) apresentou o seu plano de governo para Joinville, dividido em quatro eixos principais: Governança, Políticas Urbanas, Direitos Básicos e Planejamento, Finanças e Justiça Fiscal.
Uma das principais propostas no eixo de Governança é a criação de uma Diretoria da Desburocratização, destinada a agilizar os processos administrativos da prefeitura. A proposta é tecnicamente viável e poderia melhorar a eficiência dos serviços públicos. No entanto, sua implementação dependerá de uma gestão eficaz da mudança e da adaptação dos processos existentes. E mesmo visando melhorar os processos administrativos do município, seria necessário diminuir a estrutura administrativa da prefeitura.
Infraestrutura e sustentabilidade
O plano inclui propostas para concluir obras de infraestrutura, como as da Rua Almirante Jaceguay e da Avenida Beira Mangue. Estas propostas são factíveis, desde que haja disponibilidade de recursos e boa gestão dos projetos.
Em relação ao meio ambiente, Gubert sugere a revisão do Código Municipal de Meio Ambiente e a ampliação das ações de educação ambiental. Tais ações são viáveis e podem ser executadas com a colaboração de entidades.
Saúde e educação
Na saúde, o plano propõe a criação dos “Parques da Saúde”, que visam combinar atendimento médico com espaços de lazer e bem-estar. Porém, quando uma pessoa está doente ou busca atendimento médico, a prioridade é geralmente receber tratamento da forma mais rápida e eficaz possível. Nessas circunstâncias, o interesse em utilizar instalações de lazer, como um parque, pode ser bastante limitado. Por outro lado, para pessoas que estão buscando prevenção, recuperação ou manutenção da saúde, especialmente aquelas com condições crônicas, a ideia de ter um espaço que combine atividades físicas e de lazer com acesso a serviços médicos pode ser atraente. No entanto, é importante que essas duas funções não sejam vistas como dependentes uma da outra. Enquanto a ideia de um “Parque da Saúde” pode funcionar bem para a promoção da saúde e do bem-estar geral, ela pode não ser tão útil ou atraente para aqueles que precisam de cuidados médicos imediatos.
Na educação, a proposta de expansão da “Educação 4.0” e início do “Educação 5.0”, focada em tecnologia e inovação, depende de investimentos contínuos em capacitação e infraestrutura. A criação de novas vagas na educação infantil é uma medida necessária para atender à demanda e sua viabilidade está ligada ao planejamento financeiro e à alocação de recursos.
Gestão fiscal e incentivos
O fortalecimento do “Banco do Empreendedor” e a criação de mecanismos para evitar a evasão de recursos municipais são propostas que visam melhorar o ambiente de negócios e a saúde fiscal de Joinville. A implementação dessas medidas requer uma gestão financeira sólida e políticas eficazes para atrair investimentos e garantir o desenvolvimento econômico local.
O plano de governo de Luiz Cláudio Gubert apresenta uma série de propostas tecnicamente viáveis, mas que dependem de fatores como disponibilidade de recursos, gestão eficiente e planejamento estratégico. A execução das propostas demandará coordenação entre diferentes áreas da administração e compromisso com a transparência e eficiência na gestão pública.
Os bens declarados
Os bens, o patrimônio declarado pelo candidato e as contas eleitorais, conforme disponibilizados na página oficial de divulgação de candidaturas, foram apresentados detalhadamente, permitindo uma análise transparente do seu patrimônio pessoal e dos recursos adquiridos ao longo da sua trajetória, garantindo, assim, maior clareza e transparência para o eleitorado.
Patrimônio declarado pelo candidato Gubert:
● Garagem do prédio Anna Maria
R$ 40 mil
● Santander fundo de investimento
R$ 100,5 mil
● Saldo a receber
R$ 70 mil
● Banco do Brasil Renda fixa
R$ 33,6 mil
.
● Aplicação renda fixa
R$ 23,912 mil
● Saldo aplicação Santander
R$ 14.195,13
● Saldo aplicação Banco do Brasil
R$ 50.221,16
● Saldo aplicação Sicredi LCA
R$ 57.600 mil
● Saldo aplicação Sicredi Automob
R$ 39.890,52
● Res Bovinas
R$ 82,5 mil
● Apartamento Ana Maria
R$ 259 mil
● Veículo Toyota Hilux
R$ 33,750 mil
● 50% apartamento View residence
R$ 207.525,30
● Saldo aplicação Santander
R$ 15 mil
● Empréstimo Luiz S Gubert
R$ 266.866,27
● Cotas e Capital Sicredi
R$ 15.308,69
● Aplicação LP Higher Estilo
R$ 132.960,24
● Saldo CRA Banco do Brasil
R$ 25.098,60
● Veículo Nivus
R$ 118,5 mil
● Saldo CRI Banco do Brasil Novo Mundo
R$ 26.044,80
● Casa no condomínio dos lagos
R$ 236.224,99
● Vw Taos
R$ 160 mil
● Saldo LCI Caixa Econômica Federal
R$ 10.158 mil
● Santander Renda Fixa
R$ 114.695,43
● Saldo aplicação Banco do Brasil LCA
R$ 70 mil
● Empréstimo a Altino R Gubert Jr
R$ 232.373,00
● Saldo conta corrente Sicredi
R$ 1.333,63
Carreira
O infográfico a seguir oferece um panorama sobre a trajetória política e profissional de Luiz Cláudio Gubert.
Entrevista
Conversamos com o candidato que respondeu às perguntas por videochamada durante o trajeto para um compromisso, onde apresentou suas visões e expectativas para Joinville e para as eleições. Confira as respostas.
● Por que o senhor merece ser eleito a prefeito de Joinville?
Uma bela pergunta. Eu acredito que mereço ser eleito Prefeito de Joinville porque estou há 39 anos como servidor público, trabalhando pelas pessoas. Tenho um carinho muito grande por Joinville. Eu sempre digo que tudo o que tenho e muito do que sou aos meus 65, quase 66 anos, devo a esta cidade. Estou aqui há praticamente 40 anos, então, passei a maior parte da minha vida em Joinville. Minhas filhas são joinvilenses, minha esposa é joinvilense, e eu tenho muito a agradecer.
Preparei-me ao longo desses anos como servidor público, sou engenheiro civil, advogado, professor universitário, trabalhei em diversas áreas da prefeitura, fui secretário municipal, diretor executivo de uma secretaria de governo muito importante, e também adquiri conhecimento técnico em engenharia. Isso me dá a certeza de que tenho todas as condições técnicas e humanas para ser um bom prefeito. Não vou dizer o melhor, porque esse ufanismo de ser o melhor é bobagem, né? Mas acredito que posso ser um bom prefeito e oferecer a Joinville a qualidade de vida que ela merece.
● Quais são as suas principais prioridades para os primeiros 100 dias de mandato?
A minha prioridade é a educação, porque sou professor, minha mãe foi professora, e eu acredito que a educação é o único caminho que temos para uma sociedade mais justa e mais fraterna, não só economicamente, mas também humanisticamente. Pessoas educadas têm mais condições de alcançar autonomia, autoestima e de buscar os seus próprios caminhos, sem depender eternamente do Estado. Não tenho nada contra o Estado ajudar as pessoas, mas acredito que elas deveriam ter autonomia para isso, e somente a educação pode promover essa independência.
Nos primeiros 100 dias de governo, a principal questão será também a saúde. Há um clamor muito forte na cidade em relação à saúde atualmente. É um serviço público de prestação complexa, não é simples trabalhar e atender às necessidades da população quando o assunto é saúde. Mas, nesses 100 primeiros dias, vou focar na saúde e retomar com força o programa de pavimentação comunitária. Precisamos garantir que as pessoas que moram em Joinville não sofram com poeira ou lama. Esses serão os dois principais focos em que trabalharei fortemente nos 100 primeiros dias de governo.
● Como o senhor visa melhorar o acesso e infraestrutura em regiões do Morro do Amaral, Espinheiros e Vigorelli?
O Morro do Amaral é uma das comunidades mais antigas da nossa cidade. É uma região muito bonita, belíssima, e aquela comunidade é muito valorosa. A primeira providência que precisamos tomar é buscar recursos para fazer o asfaltamento do acesso, regularizar a situação das pessoas que vivem no Morro do Amaral e fazer o que precisa ser feito para a preservação ambiental. O município deve tomar a iniciativa de proteger as pessoas e, ao mesmo tempo, o meio ambiente do Morro do Amaral. É necessário iluminar a avenida de acesso ao Morro do Amaral e realizar melhorias dentro da comunidade para que as pessoas se sintam valorizadas.
Precisamos de escolas para que as crianças que moram lá possam estudar da 1ª à 9ª série. Atualmente, elas têm que sair do Morro e ir até o bairro mais próximo, que é o Paranaguamirim, para encontrar uma escola pública e continuar os estudos. Também é necessário um CI lá, para que as mães, pais e avós tenham um lugar adequado. Essas crianças merecem esse cuidado. No Morro do Amaral, o objetivo é realizar uma reestruturação completa na região dos Espinheiros. É uma área belíssima, que já está muito bonita, mas ainda precisa de melhorias para atrair mais pessoas ao turismo voltado à nossa Lagoa do Saguaçu, ao turismo náutico.
Portanto, precisamos planejar e desenvolver projetos nesse sentido nos Espinheiros. A Vigorelli, recentemente, recebeu uma melhoria, resultado de uma luta que começou lá em 1998 com o doutor Luiz Henrique, que queria realizar essa obra, mas houve uma ação civil, e esta gestão concluiu os trabalhos iniciados em 1998 com uma obra bonita. Acredito que podemos ter outros incentivos para a região da Vigorelli, como o turismo náutico, para explorar nossa baía da Babitonga. Luiz Henrique da Silveira dizia, há muitos anos, lá em 96, 97, que Joinville havia virado as costas para o mar. Acho que já passou da hora de nos apropriarmos dessa condição de cidade litorânea e costeira.
Nossa baía é muito bonita, a Lagoa do Saguaçu é lindíssima, com todas as suas ilhas, e podemos compartilhar essa beleza natural com São Francisco e Itapoá, incentivando o turismo nessas áreas. É isso que eu penso.
● Quais estratégias o senhor propõe para aumentar a segurança pública em Joinville e reduzir a criminalidade, especialmente em áreas com altos índices de violência como Comasa, Aventureiro, Jardim Paraíso e Paranaguamirim?
Nós temos algumas estratégias. A primeira é a iluminação pública, porque, além de conforto, ela traz muita segurança. Nós temos verba específica para fazer com que a iluminação pública seja um fator não só de conforto, mas, principalmente, de segurança. Então, temos que realizar uma licitação para concessão a uma empresa, ou a um consórcio de empresas, para executar esse trabalho: investir em iluminação pública e em segurança.
Em segundo lugar, temos a nossa Guarda Municipal. Precisamos expandir o trabalho da Guarda Municipal, aumentar o efetivo, a capacitação e o treinamento dos nossos guardas municipais, que já são muito bem treinados e motivados. Precisamos ter mais guardas municipais presentes nos patrimônios públicos, espalhados pela cidade, nas praças, fazendo a vigilância perto das escolas. A presença da guarda, fardada e armada, faz com que a segurança das pessoas que estão sendo atendidas pela guarda aumente consideravelmente.
Além disso, queremos fazer parcerias com a Polícia Militar, com a Polícia Civil e com o Estado de Santa Catarina, para solicitar um maior efetivo para a Polícia Militar, bem como melhores condições de trabalho para a Polícia Civil em nossa cidade. Temos várias ações na área de segurança pública que o Prefeito de Joinville pode liderar junto ao Governo do Estado e até mesmo junto ao Governo Federal.
● Como funcionaria o projeto saúde já?
O Saúde Já pretende atacar a questão da porta de entrada. Nós temos um problema muito grande na questão do recebimento do primeiro atendimento. Então, a ideia é que o programa Saúde Já seja constituído por profissionais enfermeiros e profissionais técnicos, técnicos de enfermagem, que atenderão por meio presencial, mas principalmente por meio eletrônico: WhatsApp, videochamada, telefone. Eles farão a triagem das pessoas e o encaminhamento antes de que elas procurem as unidades básicas de saúde, ou mesmo os pronto-atendimentos (PA), a UPA ou mesmo os hospitais São José ou Betesda.
Esses profissionais de saúde estarão à disposição 24 horas, 7 dias por semana. Eles não vão fazer medicina ou telemedicina, mas sim atendimento de saúde a essas pessoas, que é a famosa triagem que se faz nos atendimentos de emergência e urgência, como nos hospitais, nas UPAs (unidades de pronto-atendimento) e nos PAs (postos de pronto-atendimento).
Então, a ideia do Saúde Já é essa: fazer com que a porta de entrada dê um direcionamento, e isso vai evitar muito o acúmulo de pessoas, talvez numa UBS, num PA, numa UPA ou mesmo no nosso Zequinha, no nosso Hospital São José.
● Como será o seu relacionamento com o atual governo federal?
Olha, o prefeito de Joinville representa todas as 600, 700 mil pessoas que vivem em Joinville. O prefeito de Joinville, depois de eleito, não tem partido ou ideologia. Vou repetir uma frase do senhor Wittich Freitag, um ex-prefeito, que foi um excelente prefeito. No primeiro mandato dele, inclusive, foi pelo MDBN. Ele dizia, com aquele sotaque alemão: “O meu partido é Joinville.” Então, o meu partido, qualquer partido, tem que ser Joinville. A minha ideologia é trazer benefícios para Joinville.
Eu não tenho nenhuma dificuldade em tratar com o governo federal, até porque nós temos vários ministérios abertos às cidades do Brasil inteiro, para que possamos apresentar projetos e angariar recursos de Brasília para Joinville. Nós temos uma bancada federal, temos três senadores que podem nos dar suporte. Temos uma forte representação em Brasília para que possamos buscar caminhos junto ao governo federal, manter um bom relacionamento e, desse bom relacionamento, obter recursos públicos para grandes obras em Joinville.
Precisamos de grandes obras para desafogar o trânsito e gerar facilidades logísticas. A BR-280, por exemplo. Ah, mas a BR não é problema do prefeito de Joinville? É sim, porque a BR-280 dá acesso ao porto de São Francisco do Sul, que é um dos maiores escoadores de produção do nosso estado. Precisamos buscar, junto ao governo federal, esse tipo de obra, e o relacionamento será o melhor possível. Eu sou muito diplomático. Aprendi muito, ao longo da minha vida, a tratar com pessoas de diversos pensamentos, etnias, e assim por diante.
● Como o senhor se sente sendo candidato do MDB sem a indicação e benção do Luiz Henrique da Silveira, algo que era tão relevante para o partido em Joinville?
Eu tenho a indicação e a bênção da Dona Ivete da Silveira, a mãe dos filhos do Luiz Henrique. Eu acho que tenho uma indicação – vou me atrever a dizer – que é ainda mais forte, pois veio da mulher que esteve ao lado do Luiz Henrique e o ajudou a ser quem ele foi. Então, com todo respeito ao meu querido líder, tenho a indicação da melhor pessoa, que hoje é senadora da República pelo MDB, uma mulher forte, decidida, que está me apoiando de corpo e alma.
Claro que ela não está no dia a dia andando para cima e para baixo, porque essa não é a função de um senador. Ela é senadora por toda Santa Catarina, então tem seus deveres a cumprir, mas está me apoiando. Estou em contato com ela, e sinto, pela minha história no MDB – ao qual estou filiado há muitos anos, embora nunca tenha sido candidato pelo partido, nem mesmo a vereador, que seria o caminho natural na carreira política –, que tenho atuado como representante do MDB em vários cargos.
Mesmo no governo do Dr. Udo Döhler, que foi o último governo do MDB, estive lado a lado com o prefeito, em nome do MDB, apoiando e oferecendo assessoria e consultoria ao prefeito no que ele precisava. Então, me sinto, na verdade, indicado e abençoado pelo Luiz Henrique, até porque essa bênção veio pelas mãos da Dona Ivete.
● Em entrevista a NSC o senhor comentou que quer “discutir com as pessoas e trazer das pessoas ideias que possam fazer Joinville ainda melhor do que ela já é hoje” como o senhor pretende manter esse contato com os joinvilenses?
Saindo da porta da prefeitura, da sala do prefeito, Maria, vocês vão me ver mais nas ruas. Se vocês quiserem se esconder do prefeito, é na prefeitura que vão estar. Se um dia vocês quiserem fazer uma entrevista comigo, terei o maior prazer em conversar com vocês sempre. Vão me encontrar nas ruas, nas associações de moradores, nas entidades empresariais, que acredito que devem ser ouvidas e consideradas. Não basta só ouvir; ouvir é uma coisa, mas considerar e colocar em prática o que se ouve das pessoas é o segredo.
Aprendi que o direito à defesa e ao contraditório inclui o direito de produzir provas. Mas, produzir provas não adianta nada se quem for decidir não considerar essas provas. O que eu pretendo é isso: ir ao povo, ir aos bairros, conversar com os comerciantes, com os lojistas do centro da cidade, que sempre reclamam por uma revitalização do nosso centro.
Nós temos vários bairros que necessitam de atenção. Acabei de vir do Petrópolis. Petrópolis é um bairro que está sofrendo com a infraestrutura das ruas. Você vai andando e parece que está sacolejando. Se você acabou de almoçar, fica enjoado, como se estivesse num barco.
Eu tenho uma facilidade muito grande para conversar com as pessoas. Sou professor há mais de 30 anos, e, em sala de aula, o professor precisa ouvir os alunos. Ele precisa considerar o que cada aluno está sentindo, ter uma empatia muito grande com eles. Caso contrário, você vira apenas um pôster na sala, e as pessoas não gostam de você. Você não incentiva os alunos a aprender, a receber conhecimento e a saber o que fazer com esse conhecimento.
Com a população é a mesma coisa. Eu tenho dito que, cinco dias por semana, vou passar conversando com as pessoas, trabalhando nas ruas, indo às entidades, conversando com associações, e assim por diante. E dois dias para a burocracia da prefeitura. É assim que tem que ser. Também digo que a minha sala na prefeitura não terá porta nem tramela. A porta do prefeito tem que estar permanentemente aberta. O prefeito não pode ter medo de estar com a população, de ouvir as pessoas.
● Como o senhor visualiza o desenvolvimento da nossa cidade nos próximos cinco anos?
Joinville é uma cidade pujante, uma cidade que anda, propriamente, sozinha. O poder público não pode atrapalhar o desenvolvimento de Joinville, o empreendedorismo das pessoas em Joinville. Eu não falo que Joinville precisa crescer, porque todas as grandes cidades perdem muito em qualidade de vida. Temos exemplos no Brasil, até próximos de nós, como Curitiba, capital do Paraná. Já foi uma das cidades mais festejadas em termos de melhor trânsito, melhor qualidade de vida, e hoje não é mais assim, porque cresceu demais. Era uma cidade de 1 milhão de habitantes e passou a ter mais de 2 milhões e meio, 3 milhões de habitantes, não sei ao certo.
Então, Joinville hoje tem 600 mil habitantes. Eu nunca falo em crescimento, em crescer, em criar mais emprego. A cidade tem que se manter viva, tem que se manter. Mas eu acho que precisamos procurar a “indústria sem chaminé”: turismo, tecnologia da informação, alta tecnologia, empresas que tragam emprego e renda, mas sem gerar poluição. Temos que cuidar do nosso meio ambiente. Joinville é uma cidade que tem um meio ambiente a ser preservado – os nossos morros, os nossos rios.
Eu vejo Joinville daqui pra frente com um desenvolvimento sustentável, um desenvolvimento equilibrado, que equilibra economia, proteção e preservação do meio ambiente e, principalmente, cuidado com as pessoas, com a qualidade de vida das pessoas. Precisamos melhorar a qualidade de vida em Joinville em todas as áreas, ter parques, lugares para as pessoas praticarem esportes, áreas de lazer, eventos culturais.
● Nos conte uma curiosidade sobre o senhor que acredita que os seus eleitores deveriam saber.
Qualquer coisa, veja: além da minha formação profissional técnica, de ser engenheiro e advogado, já advoguei no setor privado, já advoguei no setor público, já fui engenheiro na iniciativa privada por pouco tempo, mas fui engenheiro por muito tempo. Descobri no magistério a minha verdadeira vocação. Eu adoro ser professor. Para mim, ser professor não é trabalho. Eu tinha a ideia de que algumas profissões, como jogador de futebol, ator de novela, ator de filme, eram incríveis, e pensava: “Puxa vida, deve ser legal ganhar a vida fazendo algo que você gosta.”
Tive a felicidade de encontrar no magistério, sendo professor, um trabalho sério, importantíssimo, mas que, para mim, é muito mais que isso — é um prazer estar em sala de aula. É uma alegria estar em sala de aula. Não é segredo, eu falo isso muito para meus alunos: quando eu entro em sala de aula, eu me transformo. Se estou com pouca energia, fico energizado; se estou triste, fico alegre; se estou com dor, a dor passa. Enfim, é verdadeiro. Para mim, é uma terapia.
O melhor psicólogo do mundo, com todo o respeito aos meus ex-psicólogos e à minha psiquiatra, minha amiga, é estar em sala de aula. Ali é o melhor Rivotril do mundo, o melhor Lexotan do mundo. Não tem remédio melhor do que estar em sala de aula.