Outubro Rosa: evento em universidade de Joinville marca encerramento da campanha de conscientização sobre o câncer de mama
Na última quinta-feira (31), a Udesc Joinville promoveu o evento “Outubro Rosa”. A tarde contou com palestra, bate papo e um sarau cultural. A médica de Família e Comunidade, Maria Simone Pan, foi convidada para esclarecer dúvidas sobre o assunto para as participantes. Depois, pacientes oncológicas relataram suas experiências com o tratamento da doença.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que 73.610 novos casos de câncer de mama sejam registrados até 2025, com uma taxa de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. No entanto, a maioria dos casos possuem um bom prognóstico.
As regiões Sul e Sudeste detém uma das taxas mais altas de incidência do câncer de mama. Em Santa Catarina, 824 mulheres morreram vítimas do câncer de mama em 2023. Esse ano, embora ainda com dados incompletos, já ocorreram 592 óbitos pela doença, de acordo com dados registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Devido aos elevados números, o evento teve como objetivo promover a disseminação de informações sobre a doença e estimular o autocuidado. De acordo com a médica Maria Simone Pan, estima-se que é possível reduzir a incidência em um terço dos casos seguindo as prevenções primárias, aquelas que têm o intuito de evitar a ocorrência da doença. Manter o peso corporal adequado; praticar atividades físicas; e evitar o consumo de bebidas alcoólicas diminuem as chances de desenvolver a doença.
Além destes, a amamentação também é considerada um fator protetor. Estudos apontam que, a cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminui em 4,3%. O motivo é que, durante o período da amamentação, o nível de estrogênio no organismo da mulher não aumenta.
“Já a detecção precoce, chamada de prevenção secundária, não reduz a incidência, mas pode diminuir a mortalidade pela doença”, explica Maria. As mulheres com sinais e sintomas suspeitos podem realizar um diagnóstico precoce por meio de avaliação diagnóstica. As mulheres assintomáticas devem realizar a mamografia bilateral, que é o exame de escolha para o rastreamento do câncer de mama pelo impacto na redução da mortalidade. Pode ser solicitada por médicos e enfermeiros para o rastreamento de mulheres entre 50 e 69 anos, dentro dos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Mulheres com menos de 50 anos consideradas de alto risco para o câncer de mama deverão ter avaliação individualizada pelo médico da equipe.
Fatores de risco
Apesar do câncer de mama ser multifatorial, a idade é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver a doença. Existem alguns fatores endócrinos ou relativos à história reprodutiva que podem estimular a incidência de câncer de mama. Entre eles, a menarca precoce, que seria a primeira menstruação antes dos 12 anos; menopausa tardia, após os 55 anos; e a primeira gravidez depois dos 30 anos, também são fatores de risco.
Sinais de alerta
- Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no bico do peito (mamilo);
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de um câncer.