Aumento da criminalidade desafia segurança pública em Joinville
Por Stefani Junge
Joinville enfrenta uma mudança preocupante no cenário de segurança. Nos primeiros nove meses de 2024, a cidade registrou 28 homicídios, tornando-se o município com a maior taxa do crime em Santa Catarina. Embora Joinville ainda seja considerada segura, conforme o Anuário 2023 do IBGE, o aumento da criminalidade indica a necessidade urgente de estratégias de prevenção mais eficazes.
Um caso ocorrido em maio ilustra essa nova realidade: um casal do bairro Pirabeiraba assassinou seu inquilino após um desentendimento sobre o imóvel. Além disso, casos em que o criminoso tem uma relação com a vítima complicam a prevenção e dificultam investigações eficazes. Especialistas sugerem a instalação de câmeras de monitoramento em áreas vulneráveis para melhorar a resposta e o controle da violência.
O delegado Eduardo Franco Defaveri, da Polícia Civil de Santa Catarina, que atua na comarca de Joinville, enfatiza a importância da participação da comunidade na prevenção ao crime. “É fundamental que a população permaneça vigilante e reporte qualquer atividade suspeita”, orienta. Ele também alerta sobre o aumento de golpes digitais, ressaltando que “quando algo parece bom demais para ser verdade, geralmente é”.
Além dos homicídios, Joinville também registra aumento em outros crimes. Em outubro, uma loja de balões no centro da cidade foi furtada duas vezes no mesmo dia, destacando a fragilidade da segurança local. Câmeras de segurança registraram as invasões, com dois suspeitos diferentes levando itens valiosos.
Proteção como prioridade
A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, em nota, reconhece os números preocupantes, mas aponta que, em comparação com anos anteriores, os índices de 2024 ainda são inferiores aos de 2021 e 2022. Até setembro, 433 pessoas foram assassinadas no estado. Ainda em nota, a Secretaria ressalta que cerca de 50% das vítimas de latrocínio são idosos, o que os torna alvos vulneráveis. Outro fator é que muitos desses crimes têm ocorrido em pequenos municípios, refletindo um deslocamento da criminalidade para áreas com menos estrutura de segurança.
Apesar dos dados, 72% dos autores de latrocínios estão presos, segundo a Secretaria. No entanto, ainda existem lacunas a serem preenchidas. O delegado Defaveri reafirma a necessidade de mais câmeras de monitoramento, especialmente nas áreas periféricas de Joinville, para auxiliar na prevenção e nas investigações. “Precisamos de mais câmeras para dar à população uma sensação de segurança e para que possamos conseguir agir rapidamente em situações suspeitas”, afirma.
Diante dessa situação, é essencial um fortalecimento das políticas de segurança e um compromisso contínuo para prevenir o aumento da criminalidade em Joinville. “O crime está sempre evoluindo, e precisamos focar mais na prevenção e na educação para enfrentar os desafios futuros”, conclui Defaveri.