
Uso excessivo de celular prejudica estudantes, aponta pesquisa
O uso excessivo de telas compromete a capacidade de memorização, concentração e prejudica o desempenho cognitivo
Por Jéssica Ribeiro e Edilson Alves
Segundo pesquisa do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), 2022, acadêmicos que utilizam dispositivos digitais de cinco a sete horas por dia, têm notas mais baixas em testes. O uso excessivo de telas compromete a capacidade de memorização, concentração e prejudica o desempenho cognitivo.
A psicóloga Eliana Chuffi alerta que os principais danos são distúrbios de sono, falta de concentração para leitura e relacionamentos empobrecidos, há também o isolamento social”, afirma. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), constatou sintomas de estresse, depressão e ansiedade. A falta de estímulos que exigem pensamento rápido e outras habilidades que impulsionam o funcionamento do cérebro, ocasionam a diminuição do coeficiente de inteligência (QI), antes do previsto.

Entre os não estudantes, 87,1% utilizam a internet, já entre os estudantes o percentual foi de 91,9%, segundo o IBGE. Marcos Oliveira, 19, acadêmico de Jornalismo relata: “Eu basicamente vivo com a cara nas telas o dia inteiro”. O colega de sala de Marcos, Cauã Pereira, 19, também contou sobre o uso: “Minha média diária é de 8 a 9 horas de uso no celular, porque eu trabalho com as redes sociais do Jornal. Para tentar diminuir o tempo de uso, eu deixo o celular acabar a bateria e tento fazer outras coisas”, informa o acadêmico.
No Brasil, a Lei nº 15.100/2025 restringe o uso de celulares nas redes e instituições de ensino, públicas e privadas. A lei foi sancionada para minimizar os impactos negativos gerados no aprendizado, concentração e saúde mental dos jovens. Alguns pais já constatam os efeitos positivos da aplicação da lei. “Com certeza houve uma melhora, sim. Eu não vejo necessidade do uso de celulares em sala de aula, pois é o professor que sana todas as dúvidas”, comenta Andreza Locatelli, 40, mãe de um garoto de 10 anos. “Em casa, tudo é no celular, para jogar ou conversar com os colegas. Ele acabou deixando de fazer outras atividades ao ar livre para ficar no celular”, completa. Depois da restrição do uso na escola, ela percebeu que o filho está interagindo mais, brincando e conversando.

De acordo com a psicóloga Eliana, é possível diminuir o tempo de tela, estipulando limites de uso e buscando jogos que não precisem do celular. Além de realizar atividades ao ar livre, como passeios e praticar esportes.