
Rastros d’Água: projeto acadêmico conecta jornalismo à comunidade do Jardim Sofia
Durante o evento de lançamento, moradores puderam compartilhar vivências e opiniões sobre os impactos da crise climática na região.
Por Camila Schatzmann Gomes
No último sábado, 14, acadêmicos das 5° e 7° fases de Jornalismo da Faculdade Ielusc estiveram no bairro Jardim Sofia, em Joinville, para apresentar à comunidade local a reportagem multimídia Rastros d’Água.
O encontro foi realizado na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e reuniu membros da comunidade, professores e estudantes em uma roda de conversa. Ao lado de quem vive as consequências da crise climática regional, os futuros jornalistas puderam ver de perto o poder da escuta e da informação.
“Não se faz jornalismo sem pessoas. O jornalismo é sobre gente, sobre o que a gente quer do mundo”, destacou a professora Geórgia Santos, uma das orientadoras do projeto, ao falar com os moradores.

Durante a roda de conversa realizada no Jardim Sofia, no sábado, Valderi, um dos moradores presentes, compartilhou como as enchentes ainda causam marcas na comunidade. “A gente não gosta muito nem de relembrar”, disse ao comentar sobre os episódios do passado. Em sua fala, ele também reforçou a importância do jornalismo dar voz à comunidade, destacando o papel da visibilidade de quem convive diariamente com os impactos do problema e pontuou a necessidade de políticas públicas mais eficazes, mencionando a falta de planejamento urbano, a ausência de estrutura na cidade e a reciclagem como um dos pontos chaves para enfrentar os desafios ambientais.
“Acredito que a professora Geórgia definiu bem quando disse que o jornalismo é feito de gente. Gente que é história, notícia e memória. Gente que tem algo a dizer, que esclarece e está disposto a ajudar”, comenta Larissa. “ Quem ler todo esse material (e vale a pena), vai sair com um pouco mais de conhecimento. E, no fim, tudo vale a pena quando escutamos a comunidade falando: Obrigado por nos escutar e pelo trabalho feito.”
Além da apresentação, os estudantes caminharam pelas ruas do bairro distribuindo exemplares impressos da reportagem e conversando diretamente com as pessoas, reforçando o compromisso com um jornalismo acessível e próximo da realidade local.

O processo por trás da narrativa
“Foi uma honra escutar todas as histórias e explicações sobre o assunto ‘enchentes em Joinville’. Também foi um desafio”, conta a acadêmica Larissa Hirt, editora chefe do projeto, em uma publicação no Instagram. “(…) ser editora de um projeto sobre Joinville, logo eu, que nem da cidade sou, me fez correr atrás de muita explicação para entender o contexto. Mas acho que deu certo”, afirma.
A produção da reportagem durou cerca de quatro meses e resultou em um trabalho sensível e apurado no formato longform, proposta jornalística mais extensa e aprofundada, que permite ao leitor maior imersão no tema. O projeto foi enriquecido com elementos multimídia, como áudios, imagens, dados interativos e infográficos, oferecendo uma leitura mais dinâmica e compreensiva sobre a dimensão do assunto..

O projeto, orientado pelo professor Hendryo André e a professora Geórgia Santos, também reúne entrevistas com moradores afetados pelas enchentes e especialistas climáticos, combinando texto e áudio. Também apresenta informações e dados importantes sobre a crise climática em Joinville, analisando suas causas e consequências para a população local.
O projeto Rastros d’Água e todo seu conteúdo pode ser contemplado no site do jornal Primeira Pauta, neste link.
Um dia para lembrar! Confira alguns registros ⬇️
















