
Noite de abertura da SIC 2025 discute os impactos da inteligência artificial na comunicação
Por Luana Alves da Maia
A Semana Integrada de Comunicação (SIC) iniciou nesta segunda-feira (29) no campus Centro da Faculdade Ielusc. O evento intitulado neste ano como “Quem CrIA?” traz um debate sobre como a inteligência artificial influencia e muda a rotina de publicitários e jornalistas.
A noite de abertura reuniu estudantes, professores e convidados em uma palestra conduzida por Dieter Borget, idealizador do Summit de Inteligência Artificial, e por Roger Medke, conselheiro em IA e inovação. Além dos palestrantes, a presença ilustre de dois robôs do laboratório da UDESC agitou o público na primeira noite do evento.

Dieter iniciou a apresentação trazendo um paralelo histórico da eletricidade com os avanços da tecnologia atualmente. De acordo com Dieter, a inteligência artificial deve impactar todos os setores econômicos de forma duradoura e profunda.
“Lá atrás, quando a eletricidade surgiu e começamos a dominar a utilização dela, a gente falava ‘nossa, estamos maravilhados com a eletricidade. Dá para fazer um monte de coisa’. A IA é a nova eletricidade, e ela vai mudar todos os setores econômicos que temos hoje em dia,” destacou.
Para complementar, Roger explicou o desafio que é enfrentado atualmente onde convivem no mesmo ambiente de trabalho quatro gerações distintas. Aquelas que nasceram antes da internet, as que cresceram com a rede já estabelecida, e a nova geração que chega no mercado dentro dessa era de inteligência artificial.
“Isso por si só já é um desafio, porque precisamos conciliar a bagagem e a experiência dos mais velhos com a mentalidade dos mais jovens. Estamos vivendo uma geração de transição, que precisa aprender constantemente para acompanhar a velocidade dessas mudanças”, destacou.
Dieter e Roger reforçaram que a inteligência artificial exige um novo posicionamento dos profissionais de comunicação e destacaram três habilidades indispensáveis nessa transição, que são o pensamento lateral, a coragem e a vigilância.
Na explicação Roger cita que o pensamento lateral é uma habilidade em que se deve questionar um modelo posto, no sentido de gerar novas ideias. Perguntar três, quatro vezes sobre o assunto. Já a coragem é fundamental para tomar decisões, principalmente nesse mundo que evolui muito rápido, é preciso tomar decisões o tempo inteiro. E vigilância é se atentar ao futuro, fazer relações entre o momento presente e daqui cinco anos.

A IA é uma ferramenta que veio auxiliar o dia a dia dos comunicadores, mas exige cuidado e atenção. Dieter encerrou com um momento de reflexão. “A IA não vai substituir a criatividade, a empatia e a capacidade de questionar. As máquinas são boas em fazer trabalho repetitivo, enquanto os seres humanos são bons em criatividade, empatia, relacionamento e criação”, concluiu.
A programação da SIC segue cheia de novidades e a segunda noite vai trazer convidados para um bate-papo sobre inteligência artificial e o audiovisual, mediado pela professora Geórgia Santos.