
Gran Turismo: alta velocidade, pouca profundidade (2023)
Resenha crítica por Guilherme Beck Scolari
O enredo deste filme só é interessante porquê a história por trás dele é real, já que os fatos são tão inacreditáveis que parecem ter sido forjados para o cinema. A história conta como um jogador de Gran Turismo, popular game de Playstation, se tornou um corredor profissional a partir de suas habilidades com o jogo – no minimo, curioso, não?
O famoso ditado de que: “a única diferença entre a realidade e a ficção é que a ficção precisa fazer sentido” nunca soou tão verdadeiro. Imaginar que alguém conseguiu correr profissionalmente, junto com pilotos experientes graças a um videogame parece loucura demais para ser real, mas aconteceu.
Embora com um enredo muito intrigante, o filme acaba se perdendo um pouco em sua identidade, já que na mistura ação, documentário e drama, a direção parece não saber exatamente qual vertente seguir, parecendo se transformar em um melodrama no estilo malhação com visuais high tech para encantar o público – infelizmente, todos esses elementos não se integram de maneira tão fluida quanto poderiam.
As atuações são boas, ainda que sem grandes destaques, principalmente devido ao roteiro que é demasiadamente comercial e simplista. Orlando Bloom, todavia, me surpreendeu um pouco, pois demonstrou mais de expressividade e energia que o habitual.
A edição de Gran Turismo também deixa a desejar, há cortes estranhos, ângulos esquisitos, e o fato de o diretor não conseguir segurar uma tomada por mais de três segundos é realmente incômodo. O excesso de cortes, assim como cenas um tanto quanto repetitivas e formulaicas tornam a experiencia que deveria ser veloz e frenética em algo um tanto quanto arrastado, parecendo excessivamente longo.
Ressalto que nem tudo são pontos negativos, a história tem momentos envolventes, e somados ao carisma de David Harbour – o ator mais magnético do elenco – conseguem manter o filme minimamente divertido durante toda sua duração. Além disso, alguns efeitos visuais tem usos criativos e dão um toque a mais ao longa, sendo um dos poucos “diferenciais” de Gran Turismo.
Como não sou um grande fã de adaptações de videogames, o fato de não ter desprezado este filme por inteiro já é um tanto quanto supreendente. De fato, Gran Turismo é um enorme comercial para a Nissan e o PlayStation, mas, no fim, considero que o longa fora uma experiência minimante satisfortória. Recomendo para os fãs do jogo, assim como aos.intusiatas de automobilismo.
Avaliação: ⭐️⭐️⭐️/5
