Tron: ARES (2025) não é ruim, não!
Resenha crítica por Guilherme Beck Scolari
Muitas vezes, um fracasso comercial indica que um filme carece de qualidade – mas, outras vezes, isso não poderia estar mais longe da verdade. Blade Runner, Clube da Luta e Planeta do Tesouro são apenas alguns exemplos de longas que não obtiveram os resultados financeiros esperados pelos estúdios, mas hoje são adorados por uma legião de fãs. Embora não considere essa nova entrada na franquia Tron tão boa quanto os filmes previamente mencionados, não posso negar que achei este projeto muito bacana.
Visuais deslumbrantes, uma trilha sonora sensacional e boas cenas de ação são as maiores qualidades desse terceiro capítulo, ainda que ele possua uma história com elementos um tanto formulaicos e tropes batidas do gênero.
O maior erro do longa foi a escalação de Jared Leto que, embora seja um ator competente, afastou quaisquer chances que o filme tinha de prosperar na bilheteria em virtude das polêmicas envolvendo seu nome. Em relação à sua performance, ele entrega o que é pedido pelo roteiro – ainda que isso não seja muito.
Ademais, os outros atores do projeto estão muito bem. Evan Peters parece se divertir com um vilão comicamente caricato, e Greta Lee entrega, em seu papel, uma tradicional protagonista Disney. Jeff Bridges tem uma participação especial bacana, ainda que, dentro da lógica do filme, não faça sentido algum – e Cameron Monaghan, assim como Gillian Anderson, estão totalmente subutilizados no projeto.
O que mais encanta em Tron: Ares é o espetáculo audiovisual proporcionado, digno da maior tela e da melhor qualidade de som possível para otimizar a experiência (gostaria muito de poder apreciar o longa em uma tela IMAX). O resultado final é uma sessão em família divertida e empolgante – ainda que sua história não seja tão profunda, impactante (ou até coerente) quanto poderia ser.
Avaliação: 3,5/5

