Poliana Rodrigues: quem é a repórter por trás das notícias
Curiosidades carreira e personalidade perguntas diretas respostas certeiras
Por Edilson Alves
Poliana Rodrigues é formada em Jornalismo pela PUC de
Campinas–SP, está na NSC TV em Joinville há dois anos, atuando
como repórter e apresentadora. Antes disso, a jornalista trabalhou
nas afiliadas da Globo, de Varginha-MG, São Carlos–SP e de
Feira de Santana-BA e teve passagens por afiliadas da Record em
Campinas-SP e Joinville. Além de jornalista ela é cerimonialista e
nesta entrevista, Poliana nos conta sobre sua carreira brilhante e
premiada no Jornalismo.
Onde você nasceu e porquê da escolha pelo Jornalismo?
Eu nasci em Campinas, interior de São Paulo. Desde pequena
pensava em fazer o curso de direito, sempre fui muito justiceira
mas ao mesmo tempo muito comunicativa. Como gostava de
liberdade e à época não queria ter um trabalho com muita rotina,
optei pelo jornalismo pois através da profissão também posso
fazer com que o direito das pessoas seja garantido.
Quais desafios você enfrentou ou ainda enfrenta na carreira?
Inicialmente, um dos desafios foi entrar na área depois de formada.
Quando eu me formei eu trabalhava em uma empresa
multinacional de lentes de óculos. Eu era representante comercial,
dava palestras e treinamentos sobre as lentes para óticas e
oftalmologistas. Era uma área promissora e com muitas
possibilidades de crescimento mas ser jornalista era um sonho, eu
olhava os repórteres na TV e eu sonhava em estar ali um dia. Em
um dado momento eu resolvi ir atrás do meu sonho. Eu nunca
tive indicação de ninguém, para mim a principal indicação
que iria me abrir portas era Deus e realmente foi isso,
todas as portas que se abriram para mim até hoje, foram
por Deus. Meu primeiro trabalho em televisão, foi na EPTV de
Varginha- MG. Na época não tinha vaga aberta, mesmo assim eu
mandei e-mail pro Pedro, gerente de jornalismo e falei que queria
muito conhecer a emissora. Foram vários e-mails até ele me
responder. Creio que o venci no cansaço, rs. Ele disse que eu
podia ir mas ele não imaginava que eu ia rodar quatro horas só
para conhecer a afiliada. Quando cheguei ele me recebeu muito
bem, mas disse que ficava preocupado de me dar oportunidade
pois eu não tinha nada experiência. Mas ao mesmo tempo ele via
que existia uma vontade muito grande da minha parte em aprender.
No fim fui contratada para uma vaga temporária de apenas três
meses. E foi ali que a minha carreira no jornalismo começou!
Muitas coisas mudaram desde que comecei na profissão. Então,
um dos desafios que enfrento hoje é a modernização do jornalismo
e o uso da Inteligência Artificial. Vídeos feitos com IA estão cada
vez mais realistas. Por isso que a nossa apuração precisa ser cada
vez mais cautelosa para levarmos informação real e com
credibilidade para o nosso público. Um outro desafio é a mudança
de linguagem e formato, adequar os nossos conteúdos para as
plataformas digitais.

Municipal de Feira de Santana-BA.
Foto: Arquivo pessoal
Qual matéria foi a mais desafiadora para você?
Foram várias coberturas desafiadoras, mas me lembro de uma,
quando eu estava na EPTV, em São Carlos-SP, estávamos fazendo
uma matéria sobre o preço do leite e nós fomos gravar em um
barraco, com chão de terra, muito simples mesmo. Fui entrevistar
uma mãe com uma criança e perguntei pra ela se poderia abrir a
geladeira, para mostrar, fazer imagens pra reportagem e ela disse
que sim. Quando eu abri, me deparei com uma triste situação, pois
elasó tinha uma garrafa de água, nada mais. Perguntei o que ela
dava pra filha quando a filha pedia leite e ele respondeu, sorrindo,
que dava água com açúcar para a menina. Quando ela respondeu,
eu não aguentei e comecei a chorar. Nessa hora não teve como
manter o profissionalismo.
Nós jornalistas nos deparamos com muitas realidades, entramos
em todos os tipos de lugares, estamos tanto em meio a pessoas
mais simples, quanto em meio a pessoas influentes e com muito
dinheiro. E esta é uma das habilidades que o jornalista deve ter,
saber como tratar bem todas as pessoas e saber estar em todos os
lugares. O bom disso é que isso faz com que a gente não viva em
uma bolha. Essa foi uma das reportagens que me marcou muito.
Você saber dos dados da desigualdade é uma coisa, você ver isso
de perto, é outra. Se estar lá para contar a história, me doei,
imagina para aquela mãe que não tinha nem leite pra dar pra filha?
Do seu ponto de vista, qual matéria você considera sua
favorita?
Foram muitas reportagens até hoje, mas as que mais enchem o
meu coração de alegria são aquelas reportagens que resolvem o
problema das pessoas. As pessoas nos procuram, com problemas
que há tempos elas não conseguem resolver, aí a gente vai lá, faz
a reportagem, coloca no ar, cobra as autoridades e o problema logo
é resolvido. Isso me deixa muito feliz pois me traz aquela
satisfação do dever cumprido.
Visto que você é uma profissional premiada, qual é o seu
sentimento ao receber cada prêmio?
Sentimento de gratidão, fico feliz e grata por todo o
reconhecimento e carinho do público e por poder contribuir para
uma sociedade melhor, pois esse é o meu papel.

Conte um momento engraçado na carreira.
Foram muitos! principalmente no Bom Dia Santa Catarina, que é
um jornal que mistura jornalismo e entretenimento, um jornal que
me dá liberdade pra de mostrar quem realmente sou, mostrar um
lado que as pessoas talvez não conheçam, porém a situação mais
engraçada, que viralizou inclusive nas redes sociais, aconteceu no
Jornal Do Almoço. Na ocasião, eu fazia uma entrada ao vivo com
o apresentador Rafael Custódio, eu estava posicionada às
margens da rodovia e bem na hora em que o Rafael me chamou,
veio um caminhão e jogou meu cabelo todinho para frente, o meu
rosto sumiu. Automaticamente eu joguei o cabelo para trás e o
Rafa falou “Nossa Poliana, muito vento por aí?” e eu respondi que
o caminhoneiro quando não buzina,bagunça o cabelo da repórter, e
agora vamos para a notícia. Na hora o Rafael se manteve sério,
mas assim que ele saiu da imagem e ficou só eu, ele simplesmente
rachou de dar risada nos bastidores, ele e quem estava no estúdio
na hora. O cinegrafista que estava comigo começou a rir e
balançou a câmera, ele não se segurou também, mas eu me
mantive ali, firme e depois que vi a imagem, aí sim dei muita risada.
Como foi uma situação divertida, eu publiquei no meu Instagram e
depois disso viralizou por todo o país. Até hoje as pessoas me
encontram na rua e falam pra eu arrumar o cabelo. Fiquei feliz por
algo tão espontâneo ter viralizado e ter feito tanta gente se divertir.

Que conselho você daria para quem está ingressando na
carreira jornalística?
Você tem que amar o que faz, ter compromisso com a verdade,
com a credibilidade, com a imparcialidade, isso é muito importante.
Apesar de todos termos nossa própria opinião, como
jornalistas é importante que não deixemos nossa opinião
envolver na reportagem, precisamos saber separar as
coisas. E se ser jornalista é o seu sonho, corra atrás, faça com
amor, com verdade, transparência. Use esse poder que é a
imprensa para dar voz, ajudar e fazer com que o direito das
pessoas seja garantido. E por ter esses resultados no meu dia a
dia eu digo que eu amo a minha profissão!
