Mais catarinenses trabalham na informalidade
Por Revi com colaboração de Letícia Rieper (vídeo/foto) e Fernanda de Lourdes Pereira
Um total de 4,78 milhões de pessoas, no Brasil, são consideradas “desalentadas”, ou seja, estão desempregadas e desistiram de procurar emprego formal. Santa Catarina é o estado com a menor taxa de desemprego do país, 6,2%, e detém o menor índice de desalentados: 0,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostra também que 228 mil catarinenses trabalham no setor privado sem carteira assinada, um acréscimo de 1,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Em trabalhos domésticos, sem carteira assinada, o contingente é de 103 mil pessoas, um aumento de 4,9% em relação ao trimestre anterior (abril/maio/junho), porém, quando comparado ao terceiro trimestre de 2017, houve queda de 6%.
O IBGE também apurou o número de catarinenses trabalhando por conta própria: 772 mil. A joinvilense Bruna Fernanda Fernandes, 22 anos, faz parte desse conjunto. Depois de passar meses desempregada, decidiu apostar no trabalho informal na área da confeitaria. O que era apenas um passatempo virou negócio. No vídeo, ela conta essa trajetória:
Nem todos têm perfil empreendedor
Dos 92,6 milhões de brasileiros ocupados, 25,4% trabalham por conta própria. Mas abrir o próprio empreendimento não é solução para todos os “desalentados”. A psicóloga Édina Acordi, que atua na RH Vernazza, afirma que a questão do desalento profissional é um grande desafio para o próprio mercado de trabalho e que nem todas as pessoas possuem perfil empreendedor. “Às vezes alguns profissionais não encontram a oportunidade que desejam, e tomam como incentivo abrir um negócio, porém, sem uma base”, afirma.
Segundo a psicóloga, alcançar estabilidade financeira tendo o próprio negócio requer paciência. “Podemos comparar essa situação com as pessoas que não conseguem estudar a distância, por exemplo, porque não possuem a segurança de um professor presencial, assim são as pessoas que não conseguem manter um trabalho informal, pois, elas dificilmente conseguirão os benefícios de um profissional CLT”, compara.
Ela destaca que, antes de tomar a decisão de empreender, é necessário que o profissional se conheça, analise se está apto a se arriscar e pesquise o mercado. “Ter uma educação financeira é essencial. Incentivamos o empreendedorismo, mas com consciência para que não haja perda”, observa.