Acadêmicos de Jornalismo organizam coletiva sobre violência contra a mulher em Joinville
A coletiva ocorreu nesta quarta-feira (22), no Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Braz e contou a presença de três mulheres que lutam pelo fim da violência contra a mulher, em Joinville: Ana Lúcia Martins, vereadora de Joinville, Ana Paula Chaves, advogada, e a professora Larissa Stephanie Pereira.
O evento foi organizado pelos alunos da 1ª fase de Jornalismo como atividade das disciplinas de Realidade Regional, ministrada pela professora Valdete Daufemback, Antropologia, ministrada pela professora Bárbara de Jesus, e Psicologia e Comunicação, ministrada pelo professor Nasser Haidar Barbosa.
Ana Lúcia Martins começou contando um pouco de sua história, principalmente como uma mulher negra que atualmente ocupa uma cadeira no legislativo, bem como o racismo que vem sofrendo durante toda sua vida. Em certo momento, Ana Lúcia comenta seu desassossego com a quantidade de leis que defendem a mulher e mesmo assim o número de violência só aumenta. “A Lei Maria da Penha já seria suficiente, e resolveria os problemas da violência, porém nós temos uma cultura machista e patriarcal”.
Ana Paula Chaves, advogada especializada em direito das mulheres, também estava presente no evento. A advogada relata que atende mulheres de todas as classes sociais, raças e idades, mas a grande maioria chega com a mesma dúvida: Será que estou sofrendo uma violência?
Ao ser questionada por uma aluna sobre como seria a reconstrução “eu” da vítima pós violência, a advogada comenta que é difícil, que talvez nunca mais se reconstrua da mesma maneira de que era antes. “A pessoa vai se reconstruir em cima daquilo, vai surgir um novo ‘eu’”.
A professora Larissa Stephanie Pereira foi uma das convidadas da noite. Sendo uma das integrantes do Movimento Feminista da Diversidade, afirma que o movimento busca trazer a diversidade na hora de acolher as vítimas que chegam procurando por ajudar e fazer elas se sentirem seguras no momento da denúncia.
As convidadas comentaram sobre a questão da Delegacia da Mulher em Joinville, que não fica em funcionamento 24 horas por dia, como é previsto por lei. “Na delegacia, queremos de preferência mulheres, que são comprometidas com a luta, com formação e feministas, pois esse espaço é um lugar de acolhimento”, declara a vereadora. Apesar de haver uma delegacia da mulher na cidade, não é exclusiva e nem especializada na causa, pois a delegacia também protege crianças, adolescentes e idosos.