Do fato à espetacularização, o sequestro na ponte Rio-Niterói foi a escolha para análise narrativa de monografia
Por: Emilly Huida
Na noite de quarta-feira, 7, a formanda Ana Carla Rubi apresentou seu TCC, Do fato a espetacularização: Uma análise da cobertura do sequestro na ponte Rio-Niterói, para a banca de professores composta pela coordenadora do curso, Marília Crispi de Moraes, como orientadora, Maiara Maduro e Matheus Simões como avaliadores.
Ana em sua monografia analisou o sensacionalismo dos veículos jornalísticos no caso do sequestro da ponte rio Niterói e como algumas mídias transformam casos como este em grandes reality shows. Deixam o lado humano de lado e ultrapassam até as éticas da profissão para conseguir o furo. Ela explica como os veículos agem nesses determinados casos e em como essa alta exposição além de criar uma visão por certas vezes, errônea sobre o caso e os envolvidos, também atrapalha a investigação da polícia. Com isso ela cita exemplos como o caso da menina Eloá e o mais recentemente, Lázaro. Ana Carla aponta como a mídia direciona o público a um determinado pensamento, mostrando por vezes, apenas um lado da história ou focando apenas na cobertura em tempo real do que está acontecendo, sem se aprofundar na história, do motivo que levou a pessoa a realizar tal ato e colocando os envolvidos como personagens. Um exemplo disso que ela cita é o veículo RJ1 colocar imagens do atirador do Bope que executou o sequestrador com uma capa vermelha, levando o público a enxergar esse sniper como um herói.
Para a realização dessa análise da narrativa jornalística, ela utilizou o método de Luiz Gonzaga Motta onde procura enxergar o plano da expressão, de conteúdo e metanarrativo que o veículo quer trazer ao exibir uma notícia. Ela foi elogiada pelos avaliadores por conseguir trazer uma análise simples e clara, onde cumpre os seus objetivos. Maiara afirma que o tema do sensacionalismo é algo pertinente na profissão e que deve ser trazido à tona para discussões e análises. Para Matheus a metodologia trazida por Ana foi compreendida e bem explicada e ele fecha sua avaliação trazendo à aluna o seguinte questionamento: O que você faria para mudar esse sensacionalismo se fosse a repórter passando a notícia?
Ela explica que não determinaria um personagem para as pessoas pois este não é o papel do jornalista, não colocaria o envolvido como sequestrador mas sim como uma pessoa pois o seu trabalho é informar o que está acontecendo e não determinar visões sugestivas para o público que assiste. Ana Carla recebeu muitos elogios pelo seu trabalho de conclusão de curso e foi aprovada com nota 8,5.