Documentário mostra relação da Amorabi e Casa Iririú com a arte
Por Juliane Guerreiro
Qual é o impacto da realização de atividades artísticas e culturais em comunidades? Essa é a reflexão proposta por Quando a Arte Sopra, documentário que estreia nos dias 28 e 29 de setembro, em Joinville. Patrocinada pelo Simdec (Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura), a produção aborda parte das histórias da Amorabi (Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga) e da Casa Iririú, importantes espaços de cultura na cidade.
A idealizadora do projeto, a jornalista Patricia Stahl Gaglioti, conta que a ideia de produzir o documentário surgiu ainda na faculdade, a partir de um trabalho sobre o mesmo tema. “Foi uma forma de ampliar o primeiro documentário que eu fiz ainda na faculdade de Jornalismo, em 2014, no qual eu falava apenas sobre a Amorabi. Fiquei com vontade de expandir essa proposta para outros espaços de Joinville que também trabalham com a arte, a cultura, o teatro popular, então propus um projeto ao Simdec falando tanto da Amorabi como da Casa Iririú, espaços muito semelhantes na forma de gestão e na comunhão de ideias”, explica Patrícia.
A Amorabi surgiu na década de 1980, a partir da união das pessoas pela reivindicação de direitos como saneamento, educação e transporte. A sede foi construída pelos próprios moradores e, desde 2000, também é palco das atividades culturais e artísticas realizadas no bairro. O teatro é destaque no espaço e começou a ser incentivado na comunidade em 1993, a partir da iniciativa do ator e produtor cultural Cristóvão Petry que, naquela época, era catequista e queria atrair mais jovens para o seu grupo.
A ideia deu tão certo que atraiu não só jovens, mas toda a comunidade para assistir e também aprender mais sobre o teatro. O sucesso desse e de outros projetos artísticos culturais fez da Amorabi um Ponto de Cultura, certificação oferecida pelo Ministério da Cultura que reconhece as entidades que articulam atividades culturais em suas comunidades.
Um lar para a cultura
A Casa Iririú surgiu a partir da iniciativa de um grupo de pessoas que participou de uma oficina de teatro chamada Teatrando no Profipo, em 2009. Com o fim do projeto, os novos atores apaixonados pela arte quiseram continuar se apresentando. Foi então que, em 2011, passaram a utilizar uma casa que era de uma das integrantes para ensaiar e promover atividades abertas à comunidade. Mesmo quando a sede teve de ser transferida e reinaugurada em 2014, continuou a atrair o público, participante ativo de diversas ações culturais.
Os dois espaços têm parte das suas histórias retratadas no documentário, que conta com entrevistas de moradores e artistas das comunidades. “É muito legal a concepção desses espaços em relação à arte, à cultura, essa ideia comunitária de construir algo juntos. É muito bacana quando você aproxima pessoas que normalmente não frequentariam um teatro e diz a elas que também podem fazer isso, que o lugar é delas. São dois espaços de partilha, em que qualquer um pode chegar e se sentir pertencente, agente ativo daquilo, é uma lógica diferente”, destaca Patricia.
O documentário estreia nos dias 28 e 29 de setembro, na Amorabi e na Casa Iririú, respectivamente. A produção também deve percorrer escolas e outros espaços de Joinville após o lançamento, em datas a serem definidas. As atividades são gratuitas.
O que Estreia de Quando a Arte Sopra na Amorabi
Quando: 28 de setembro (sábado), às 20 horas
Onde: Amorabi (Rua dos Esportistas, 510 – Itinga).
Quanto: Gratuito
O que: Estreia de Quando a Arte Sopra na Casa Iririú
Quando: 29 de setembro (domingo), às 17 horas
Onde: Casa Iririú (Rua Guaíra, 634 – Iririú).
Quanto: Gratuito