Jornalista conta em livro sua luta contra o câncer
E se hoje fosse o seu último dia de vida, você diria que está vivendo corretamente? Esse é o convite à reflexão que a jovem Eloise da Silva, a “Ise”, traz em seu livro “E se não houver o amanhã?”. Publicada em outubro pela editora Areia, de Joinville, a obra conta a luta da autora contra o câncer e aborda temas do bem viver.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, mais de 500 mil casos de câncer ocorreram no Brasil em 2018. Ise tem 24 anos e, no ano passado, venceu pela terceira vez aluta contra a doença. O mais recente foi de pulmão, que a obrigou a ficar três meses internada, dois deles na UTI. Os médicos chegaram a acreditar que ela morreria.”Chamaram minha mãe para prepará-la, pois a perspectiva era de que eu tivesse apenas mais 48 horas de vida”, lembra.
Ise foi então submetida, em abril do ano passado, a uma cirurgia de alto risco para alguém com imunidade tão debilitada. “O corte precisava fechar sozinho e isso só ocorreu em fevereiro”. Ela afirma que o projeto de humanização da UTI do Hospital da Unimed, onde fiou internada, foi fundamental para sua recuperação, porque permitiu a presença constante de sua mãe e também algumas visitas de sua cachorra de estimação, a Mona.
Assim como Ise, Mona também enfrentou um tipo de câncer. A cachorrinha passou por nove sessões de quimioterapia e ficou curada. A luta de Eloise pela vida começou bem cedo. Aos dois anos passou por cirurgia para retirada de um tumor na cabeça. Em 2017 descobriu que tinha melanoma e, ao tratar do câncer de pele, veio a suspeita de câncer no pulmão.
A última cirurgia acabou por limitar os movimentos do braço direito. Por isso, Ise precisa usar um carro adaptado e passou a usar as vagas para pessoas com deficiência. “Nunca julgue uma pessoa sem a conhecer”, aconselha a escritora ao contar que já passou por várias situações em que as pessoas lançam-lhe olhares de reprovação ao vê-la numa vaga especial, pois aparentemente ela não tem problemas de mobilidade.
Outra mensagem de Ise é a de que pessoas que sofrem de doenças graves não precisam de sentimento de piedade, mas sim de amor, carinho e dignidade. “Aprendi a não procrastinar, porque a gente não sabe se haverá um amanhã. Eu quase não tive”, explica.
Jornalista, egressa da Faculdade Ielusc, Ise já havia abordado o câncer em seu projeto experimental – uma série de entrevistas radiofônicas com pessoas que enfrentaram a doença – e no seu Trabalho de Conclusão de Curso, em que analisou a cobertura da mídia joinvilense acerca do câncer de mama. O livro pode ser adquirido por meio de contato direto com autora no seu perfil no Facebook ou no Instagram.