Cresce demanda por profissionais de TI no setor de tecnologia catarinense
Por Heloisa Krzeminski
Santa Catarina apresenta um dos cenários mais crescentes do Brasil quando o assunto é tecnologia. Conforme dados da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia), o Estado contabilizou até maio deste ano 624 novas empresas no setor. Além disso, foram mais de cinco mil novos empregos em TI, gerando uma perspectiva de 16 mil novas vagas criadas até 2023.
Em Joinville, o setor de tecnologia da informação ainda está se consolidando. Acostumada a ser uma cidade tipicamente industrial, a maior cidade do Estado tem explorado novos ares, entre eles o setor de prestação de serviços, em que a tecnologia desempenha papel importante. A chegada de startups e empresas de outros polos brasileiros, somado às perspectivas adquiridas depois do início da pandemia do Covid-19, estabilizou esta novidade na cidade.
Apesar disso, para Charles Miers, coordenador do Programa de Pós-Graduação na Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), Joinville ainda tem dificuldades de enxergar o profissional de TI. Com vagas que demandam conhecimentos acima da média e salários baixos, o professor prefere indicar seus alunos de graduação e mestrado para vagas de empresas de outras cidades ou até estrangeiras, para trabalhar remotamente. “Isso é um problema nosso local, em outros lugares isso também tinha, só que as outras empresas evoluíram mais rápido”, explicou.
Contudo, do ponto de vista da aluna do curso de Sistemas para Internet da Faculdade Ielusc Bianca Lazzaris, 28, apesar do mercado de trabalho exigir muitas vezes que os candidatos tenham experiência na área, existem vários programas de estágio na cidade para trabalhar com tecnologia na prefeitura e em multinacionais. Por isso, para a estudante fazer um portfólio e estudar muito é quase obrigatório. “Quem entra no curso tem que pensar que os trabalhos e exercícios são experiências”, disse. Dentro da faculdade, ela garantiu sentir-se preparada para o mercado de trabalho, já que constantemente desenvolve atividades práticas que a preparam para a realidade, auxiliando em problemas de seu dia a dia profissional.
Os profissionais
A característica mais essencial que um profissional de TI precisa ter, conforme Charles Miers, é ser “generalista”. Ou seja, devido ao acelerado avanço que a tecnologia está sujeita no decorrer dos anos, a área da tecnologia necessita de profissionais preparados para evoluir paralelamente sabendo de tudo um pouco. “Um profissional que é muito especialista sabe aquilo hoje muito bem, mas daqui a cinco anos a tecnologia muda e ele não sabe fazer mais nada, porque só aprendeu a fazer aquilo.”
Uma das facilidades de trabalhar com tecnologia é que na maioria das vezes o trabalho pode ser desempenhado de casa no formato home office. Depois da pandemia, muitas pessoas descobriram esse modelo de trabalho remoto que profissionais de TI já conheciam há muito.
Para aqueles que desejam iniciar uma carreira profissional na área, o professor Charles recomenda desenvolver as aptidões fazendo um curso técnico ou uma graduação e treinar a capacidade de se comunicar com outras pessoas. Além disso, ter curiosidade e iniciativa são diferenciais para trabalhar com tecnologia. Por fim, uma dica importante é não desistir, “percebemos que estão tendo uma desistência muito rápida”, comentou. “Isso faz com que a pessoa comece a testar várias coisas e gere um nível de frustração.”