Juiz dos direitos humanos aborda precarização das prisões em palestra para estudantes
Por Henrique Duarte
“O auto de prisão em flagrante para esses jovens, é a certidão de nascimento para o estado”. A frase do juiz corregedor de execuções penais, João Marcos Buch, deu início a palestra realizada na última sexta-feira (10), para estudantes da Faculdade Ielusc. O evento foi promovido pela turma de Direito com o objetivo de ampliar o debate sobre os direitos humanos junto ao sistema de justiça.
Dando contexto a frase de início, o juiz reforça o desprezo do estado em dar suporte aos jovens que estão à margem do sistema. Para ele, é muito simples um juiz converter flagrante em preventiva, colocando mais um cidadão atrás das grades, “Esse jovem que antes traficava, vai passar por um delegado de polícia, ministério público e após isso o juiz julgará o rapaz que subtraiu um litro de cachaça no mercado”, concluiu João Marcos Buch.
Na ocasião, Buch falou sobre sua trajetória como magistrado trabalhando no sistema prisional. Além de mostrar as novas práticas e procedimentos aplicados nas rotinas dentro das unidades para combater alguns descasos dentro das prisões no Brasil, bem como a política de larga escala nos projetos de educação, capacitação e trabalho para as pessoas privadas de liberdade.
Além da palestra, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer, através de uma sessão de fotos que o juiz registrou durante suas visitas pelas penitenciárias em todo o país. Logo após a palestra, João Marcos Buch respondeu perguntas dos acadêmicos que acompanhavam o evento.