Morro do Amaral pede mais educação
Por: Fagner Ramos
Moradores reconhecem esforço da direção mas clamam por melhorias na infraestrutura escolar do bairro
A educação das crianças localizadas no Morro do Amaral passa por desafios e superações de quase todo sistema educacional público brasileiro. Hoje, o bairro dispõe apenas de uma escola, a EM Professor Reinaldo Pedro de França, que atende 177 alunos do ensino fundamental 1, do primeiro ao quinto ano.
Demandas como ampliação da escola para atender o fundamental 2 (sexto ao nono ano) é uma das diversas reivindicações da comunidade, conforme relata Janaína Valenza, 34 anos, mãe de umas das crianças da escola.
“É crucial pensar na ampliação do espaço físico da escola. Mesmo que a estrutura atual seja pequena, creio que se houvesse vontade, as autoridades poderiam buscar alternativas para expansão. Uma solução seria a construção de um segundo andar, que possibilitaria o atendimento de mais séries e garantiria que as crianças não precisassem se deslocar para outra escola em busca de uma vaga”.
Hoje, as crianças do ensino fundamental 2 precisam ser matriculadas em escolas fora do Morro do Amaral, com deslocamento de até 5 quilômetros para estudar na E.M. Prefeito Nilson Wilson Bender ou até 7 quilômetros para E.M. Professora Ada Sant’Anna da Silveira.
A diretora Elaine Cristina Prim Gonçalves, 41, reconhece algumas das demandas. “Dentro de todas as demandas, nós sabemos que existem várias burocracias que nos impedem que a escola seja ampliada. Por questões ambientais e por estar situada em uma área de preservação ambiental, isso acaba barrando alguns pontos. Quando vou à Secretaria de Educação, não fico sem resposta, porém as respostas nem sempre são as que gostaríamos de ouvir.”
Burocracias dificultam as melhorias
O Morro do Amaral faz parte do bairro Paranaguamirim, um dos mais populosos de Joinville segundo o último censo, e sofre uma carência de infraestrutura. São 05 quilômetros de ruas de terra sem iluminação, ponte estreita e pequena sobre o mangue da Baía da Babitonga – dificultando o acesso de automóveis e pedestres em caso de maré alta – ônibus de hora em hora, entre outros fatores que causam impactos econômicos e sociais, refletindo na área educacional.
Com a suspensão da regularização fundiária pela Justiça Federal, e há mais de dez anos, ter-se tornado uma reserva de desenvolvimento sustentável, deram início às discussões de planos de manejo, visando regularizar as moradias do local, a infraestrutura urbana e aumentar o turismo, melhorando o poder econômico do local.
Mesmo com ações do Ministério Público, a burocracia e os planos do município não avançam, e impedem que melhorias em todos os âmbitos sejam realizadas, inclusive na educação, pois qualquer intervenção sugerida no prédio onde está situada a escola no bairro, recebe uma negativa por questões de documentação.
Desejo, necessidade e vontade
A comunidade também tem o desejo de que outras reivindicações sejam atendidas, como uma sala de informática, uma biblioteca, e a cobertura da quadra, reforçado nas palavras de Janaína.
“Uma sala de informática e uma biblioteca seriam medidas essenciais para atender às necessidades das crianças e garantir que elas tenham acesso a um ensino completo, outra é a construção de uma quadra coberta”.
A Diretora Elaine ressalta. “Sabemos dos empecilhos que existem, e não é causado pela secretaria da educação, pois estão batalhando para tentar o melhor. Nossa escola já teve projeto pronto para quadra, mas a área do terreno está com quase 100% da área construída, as leis nos impedem e os moradores ficam desapontados. Quando a gente começa a entender o que acontece realmente, aí a gente para e pensa, poxa, não é falta de vontade”.
Confira a reportagem completa em vídeo produzida para a disciplina Produção Audiovisual II: