Abandono de animais em Joinville preocupa ONG’s e instituições
Por Ana Júlia Dagnoni Zanotto
Cães e gatos abandonados podem causar acidentes e transmitir doenças
No Brasil estima-se que existam 20 milhões de animais abandonados, segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2021. Em Joinville, a cidade mais populosa de Santa Catarina, a situação dos bichinhos não é boa. Desde 2011, existe uma Lei Complementar que trata de situações que impliquem em crueldade aos animais, como a falta de cuidados veterinários, animais sem a alimentação necessária, tortura, entre outras. O proprietário que abandonar algum animal em vias públicas pode responder por crimes de maus tratos e pelos danos decorrentes de acidentes. Mas só a existência da parte jurídica não faz muita coisa.
As instituições e ONG ‘s como FRADA, Rockão e Patudos da Rua, se mantêm de doações e possuem uma demanda alta de animais, muitas vezes não dando conta de atender a todos. A Unidade de Bem-estar e Proteção Animal do Município de Joinville, responsável por incentivar a adoção de animais e por gerir o Centro de Bem-estar Animal (o CBEA) também está com a ocupação quase sempre lotada. Atualmente a CBEA atende cerca de 100 animais.
Na Universidade do Estado de Santa Catarina, a Udesc de Joinville, um grupo de alunos e funcionários se mobilizou para cuidar dos cães que apareciam no campus. A estudante de Licenciatura em Química de 20 anos, Gabriela Machado, conta que na Universidade já é comum essa empatia maior com os cachorrinhos: “Não é à toa que o mascote da nossa atlética é um cachorro, e os atletas são conhecidos como “cachorrada”.
Anos atrás havia o Udescão, que faleceu no campus e possui uma espécie de lápide em frente ao RU (o restaurante universitário).” Ela também diz que a comunidade acadêmica se une em prol de todos os animais que aparecem lá, arcando com consultas veterinárias, ração, roupinhas e demais despesas. Em abril deste ano, por exemplo, um dos cãezinhos que apelidaram carinhosamente de “Verruguinha” estava com muita dor e precisou ser levado para o veterinário em caráter de emergência. Em poucas horas, o valor total das despesas com consultas, exames, internações e remédios foi arrecadado com ampla ajuda dos estudantes, professores, técnicos, e centros acadêmicos. Infelizmente, sem esse tipo de ação “independente”, os animais acabariam ficando desamparados.
Espera-se que em breve essa questão legislativa do município seja revista, pois tratar dos direitos animais é mais que uma questão ética, é também uma questão de saúde pública, de consciência moral, de gastos públicos, entre outras vertentes. Além do mais, os animais sentem dor, fome, frio, sede, medo e calor.
Uma das ONG ‘s de Joinville, fundada em 2014 por Gustavo Schmitz Boettcher e Emanueli da Silva, o “Rockão”, faz um trabalho de conscientização nas redes sociais, mostrando como cuidar dos animais e incentivando a adoção responsável. “Infelizmente Joinville não tem investimentos suficientes em políticas públicas que ajudem nossos animais, e o Rockão é uma das muitas iniciativas da cidade que busca ajudar os bichinhos a encontrarem um lar e não ficarem nas ruas.” – coloca Gustavo. Ele também diz que se as políticas públicas fossem efetivas muitos problemas seriam resolvidos, e esses animais não ficariam à mercê, com a possibilidade de transmitir doenças e causar acidentes. Os maus tratos são comuns, e o trabalho incansável dessas ONG ‘s tenta diminuir esses problemas.
O que fazer após a adoção:
- Visita ao veterinário
- Aplicação de vacinas
- Banhos uma vez por semana
- Abrigo e espaço adequado
- Coleira de Identificação