No dia mundial do AVC luta contra a doença exige prevenção e alerta
Por Sarah Falcão
Até agosto de 2024, mais de 50 mil brasileiros morreram devido a acidentes vasculares cerebrais, segundo dados da Sociedade Brasileira de AVC. O número alarmante não é apenas uma estatística, mas um chamado à ação para a consciência dos sinais e fatores de risco.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.
A neurologista Nara Barbosa explica que existem dois principais tipos de AVC. O AVC Isquêmico, ocorre quando há uma obstrução dos vasos sanguíneos, frequentemente causada por coágulos, já o AVC Hemorrágico, resulta da ruptura dos vasos sanguíneos, provocando o extravasamento de sangue para o tecido cerebral.
Alerta e prevenção
A neurologista ressalta que a lesão causada pelo AVC começa com um foco central e vai aumentando com o tempo. “Chamamos isso de penumbra isquêmica, uma parte do tecido cerebral em volta da lesão que está em sofrimento mas ainda não morreu, digamos assim. Quanto maior o tempo para tratamento maior a extensão da lesão, pois aquela área de penumbra vai se tornando lesão irreversível também.”
Além disso, Nara enfatiza a importância de promover um estilo de vida mais saudável. “O AVC é a primeira causa de morte no mundo e a segunda de incapacidade”, alerta. Ela questiona sobre o porquê de a conscientização sobre saúde não se traduzir em ações concretas: “Onde está o obstáculo para que cuidar da nossa qualidade de vida se torne mais do que palavras bonitas, mas uma prática diária?”
Dessa forma, a médica reafirma que a adesão às medicações, a inclusão de uma rotina com mais movimento e atividade física e uma alimentação com melhor qualidade é fundamental para o controle do AVC. Para ajudar na conscientização, a médica divulga conteúdos com informações e dicas sobre alterações nas rotinas. “Essas dicas podem ser o início da virada de chave no autocuidado. Procuro promover saúde de uma forma palpável para nossa rotina corrida e espero que isso possa gerar mudanças na vida das pessoas”, relata a médica.
Superação e cuidado
Após o AVC, as pessoas precisam se adaptar a uma nova rotina, com fisioterapia e dificuldades. Thais Cecílio, 36, teve a vida transformada após sofrer um AVC hemorrágico, em 2020. No dia do ocorrido ela teve dores de cabeça “extremamente fortes” e foi levada ao hospital. “Quando cheguei no hospital, a dor continuava, então perdi os movimentos do lado direito. Fui levada para a tomografia e só lembro do meu marido falando ‘é um AVC’. Depois disto, eu apaguei”, relembra Thais.
A jornada de recuperação de Thais é um testemunho da resiliência e valorização a cada detalhe da vida. Para ela, um dos maiores desafios foi reaprender a escrever e prender o cabelo. “Depois dessa experiência, não tem como não mudar o olhar sobre a vida”, afirma.
Durante a reabilitação, Thais decidiu compartilhar seus desafios e evoluções por meio de suas redes sociais. A influenciadora começou a publicar conteúdos somente para os amigos. Entretanto, a história de Thais tornou-se viral. “Comecei postando para que os meus amigos pudessem acompanhar a minha reabilitação e foi tomando uma proporção maior do que eu poderia imaginar. Com isso, deixo a mensagem para não desistir e sempre dar o melhor”
Sinais de alerta
- Perda de força em um braço ou perna;
- Assimetria facial;
- Dificuldade na fala;
- Dificuldade para andar;
- Perda de equilíbrio;
- Alteração visual;
- Dor de cabeça súbita de forte intensidade.