
O último romântico: conheça Luzzi Saito
O artista compõe, toca guitarra, violão, teclado, e atraí o público com uma voz melódica e ritmos dançantes
Por Pedro Simm
Luciano Saito, conhecido como Luzzi, é um músico que reside em Joinville, conhecido pelo constante romantismo em suas letras. Com uma vibe única, Luzzi traz composições autorais repletas de melodias agradáveis, refrões marcantes que grudam na cabeça e um swing diferenciado.
O interesse por música sempre esteve presente. Luzzi diz que todas as fases da vida foram marcadas por alguma trilha sonora. Mas o envolvimento maior começou na igreja, ainda criança, vendo o grupo de louvor tocar e se imaginando ali.
Com 9 anos ganhou seu primeiro violão, aprendeu a tocar na igreja. Logo aos 12 começou com as aulas de piano. Somente aos 14, quando viu uma performance de John Mayer no DVD: Where The Light Is que realmente decidiu que seria artista. “Vendi meu videogame, troquei numa guitarra, e assim começou”, pontua Luzzi.
O artista tem diversos momentos marcantes na carreira: a gravação do primeiro EP em São Paulo, a gravação de uma performance ao vivo em Curitiba, o lançamento do seu EP em um show na AJOTE, entre outros. Mas conta que o momento mais especial que teve foi recente, em um show autoral no Una Pub. “A gente tá sempre evoluindo, né?”, comentou. “Ali eu me senti 100%, tanto tecnicamente quanto na conexão com o público, consegui entregar meu melhor.”

Confira a entrevista pingue-pongue com Luzzi.
Revi: Você consegue viver da sua arte hoje?
Luzzi: Sim, mas não é uma tarefa nada fácil. Tive a sorte de começar muito novo, tanto tocando na noite como nos trabalhos em estúdio, então hoje com 25 anos já tenho um certo respeito quanto ao meu trabalho e as pessoas me procuram, seja pra tocar em shows, autorais e covers, ou para produzir/gravar algo. Mas a demanda em Joinville é muito menor comparada a outros lugares, então é preciso correr atras também pra sempre ter um trabalho engatilhado, se não você fica pra trás.
Revi: Você acha que Joinville é uma cidade que apoia a arte?
Luzzi: Sinceramente, acho que não. Melhorou nos últimos anos, mas acho que por ser uma cidade industrial, o foco sempre será esse. Mesmo a arte sendo tão crucial para a sociedade, parece que os responsáveis pela gestão não entenderam isso, e francamente não tenho uma visão muito otimista pro futuro. Até nas casas de show, é muito difícil conseguir um espaço para tocar as minhas próprias músicas, sempre tem que estar no meio dos covers, e etc. Isso acaba entrando na mentalidade dos cidadãos, de certa forma.
Revi: O que falta?
Luzzi: Se for resumir, falta entender a importância da arte. Eu sei que tudo precisa ter um retorno para ser viável, não adianta ser totalmente contra o sistema, você precisa entrar nele mas não deixar ele entrar em você para se manter original. Mas no contexto joinvilense, você não tem muitas opções, a maioria dos artistas acabam entrando num limbo de tocar cover em bares e pubs para conseguirem se manter em atividade e se sustentarem, alguns dando aulas, enfim. Faltam festivais autorais, incentivos financeiros, editais municipais, abrir portas para cantarmos nossas músicas. As possibilidades existem, mas se não entenderem a arte como algo ordinário, não vai acontecer nada disso. Temos muitos talentos, a maioria escondidos porque os responsáveis por abrirem essas portas preferem dar holofote pra quem vai cantar mais do mesmo, pra galera consumir cerveja e voltar semana que vem pra ouvir a mesma coisa, saca?
Revi: Tem alguma referência local de arte?
Luzzi: Admiro muito o trabalho dos meus amigos da banda SAMO, pra mim são os principais expoentes da nossa cena. Ramatis, que também toca na Piloto Astral, Amanda Linhares, pra mim todos eles são referências de profissionalismo e entrega a arte.
Revi: E nacional?
Luzzi: Pra mim os maiores sempre serão Djavan e Milton Nascimento. Mas tenho referências mais pessoais, de como administram a própria carreira, como a banda Fresno, que não importa a cidade carregam milhares de pessoas pros shows, o focos deles em sustentar a fanbase me inspira demais, Isa Buzzi também, minha colega de Jaraguá, levo como referência de trabalho nas redes sociais e conexão com os fãs. Enfim existem muitas pessoas para se admirar, o Brasil é rico de gente boa.
Revi: E no mundo?
Luzzi: Bom, aí fica fácil falar dos que mais me inspiram. Digamos que meu trabalho hoje é um mix de artistas que eu cresci ouvindo, quando falamos de performance, acho que todo artista pensa no Michael Jackson. Eu sou guitarrista, então o John Mayer é uma grande referência nesse sentido. Quando penso em melodias, Justin Bieber. Quando penso em arranjos eu procuro ouvir Bruno Mars, Beatles. Quando penso em composição tenho me inspirado muito em Giveon, enfim. Referência é algo que sempre se renova, mas tenho meus preferidos.
Você pode acompanhar os trabalhos de Luzzi nas redes sociais, em @luzzisaito. Para ouvir o som dele, busque por Luzzi Saito no Spotify e no YouTube. Escute o último single dele, chamado “Preso” em todas as plataformas de streaming de música.