Pesquisa aponta que mais da metade das dietas restritivas são feitas por influência de familiares
Por: Ana Clara Henrique Pinto
Nas festas de fim de ano em família você provavelmente já passou pela situação desagradavél de escutar algum comentário do seu ou do corpo alheio, por algum familiar. As frases “Ai como você está magro(a) meu/minha filho(a)” ou “está precisando de uma dietinha”, não são difíceis de se escutar nessas reuniões. Um comentário inocente que pode se tornar um problema grave se levado a risca, como o desenvolvimento de transtornos alimentares devido a dietas restritivas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% da população brasileira sofre com transtornos alimentares – cerca de 10 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da aluna Yasmin Moreira Leite, do curso de Nutrição da Faculdade Ielusc, com o tema “Consequências das dietas restritivas no comportamento alimentar de acadêmicos”, as dietas restritivas mais realizada pelos acadêmicos envolvem “cortar” os alimentos com carboidratos, a média analisada é que 58,3% dos alunos já a realizaram pelo menos uma vez na vida.
Para o nutricionista e mestre em medicina Jefferson Comin, as dietas restritivas podem ser encontradas de diferentes formas, podendo restringir um determinado nutriente, um grupo de nutrientes ou uma quantidade de energia a ser consumida. Um dos exemplos mais conhecidos de dietas restritivas é a dieta Low Carb, que consiste em diminuir ou excluir por completo qualquer tipo de alimento que seja composto de carboidrato, nutriente essencial para a energia do corpo humano.
De 128 alunos da instituição Ielusc que participaram da pesquisa, 101 eram do sexo feminino e 27 do masculino, com a média de idade de 21 anos. De acordo com a pesquisa, apenas 36% dos alunos já haviam feito dietas com a ajuda de um profissional nutricional. As maiores influências para a realização de dietas restritivas foram por familiares (50%) e redes sociais (41,7%). E a maior motivação documentada foi emagrecer (73,3%), e a busca pelo “corpo perfeito” (52,8%).
“Eu acordava de manhã, ia para a escola só comia ao meio dia, depois minha segunda e última refeição era alguma fruta antes das 18:30, minha mãe sempre dizia que eu precisava emagrecer”, conta Marcella Nipper acadêmica de Arquitetura da Faculdade Católica de Joinville sobre sua experiência com dietas restritivas, “Já cheguei a desmaiar algumas vezes de fraqueza na escola, e meus amigos ficavam sem entender porque e preocupados”, conclui Marcella.
“As consequência das dietas além da perda de peso, é comum que pessoas que aderem a essas dietas apresentam queda de cabelo, unhas frágeis e pele ressecada. Além disso, problemas como dificuldade para dormir, dores de cabeça, desmaios, irritabilidade, cansaço, tontura, alterações no ciclo menstrual e anemia podem surgir”, explica Vanessa Sardinha dos Santos, graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás.